Início » 6 Anos do Acordo de Paris – Neutralidade climática em Portugal viável em 2045 ou antes
Apesar dos progressos e do impulso que o Acordo trouxe à luta contra as alterações climáticas, é preciso assegurar metas mais ambiciosas.
Celebra-se amanhã, dia 12 de dezembro, 6 anos da assinatura do Acordo de Paris na 21.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP21).
Apesar de este continuar a ser um marco histórico na luta contra as alterações climáticas, representando a primeira vez em que os países se uniram na definição de objetivo claro para limitar o aquecimento global, as políticas e ações que têm vindo a ser implementadas continuam a ser insuficientes para responder à crise que enfrentamos e para limitar a temperatura do planeta a 1,5ºC, a fim de evitar consequências ainda mais graves e irreversíveis.
Um mês depois da COP26, é claro que os países estão ainda a ter dificuldades em traduzir os compromissos do Acordo de Paris em medidas concretas e com os resultados que a emergência climática que vivemos exige. Continuamos a assistir a um desequilíbrio entre as ações de mitigação e de adaptação às alterações climáticas, o financiamento continua por cumprir e está longe de estar alinhado com as necessidades reais do planeta e das pessoas, e as metas apresentadas pela maior parte dos países continuam aquém da ambição que é precisa neste momento.
O Acordo de Paris não deixa de ser, no entanto, uma importante referência para a ação climática, tendo promovido, ao longo destes 6 anos, progressos positivos quer nos esforços de redução das emissões de gases com efeito de estufa, quer no aumento de produção e incorporação de energias renováveis. O Acordo foi ainda um impulsionador para que muitos países se comprometessem, pela primeira vez, com metas de neutralidade climática.
Por um lado, é preciso compreender como é que os compromissos de neutralidade climática anunciados se estão a traduzir nas ações e políticas dos governos. Não é aceitável que continuem a existir discrepâncias totalmente incompatíveis entre as emissões que os investimentos e as políticas dos países representam e as emissões efetivamente necessárias para atingir as zero emissões líquidas e, consequentemente, a neutralidade climática no longo-prazo. Por outro lado, é também importante rever e possivelmente antecipar estas metas que, muitas vezes, não são ambiciosas o suficiente.
Este é também um momento crucial para que a União Europeia demonstre mais ambição, desenvolvendo todos os esforços necessários para uma transição energética mais rápida, justa e sustentável para uma redução de emissões de 65% (e não apenas de 55%) entre 1990 e 2030, para atingir 100% de energia renovável até 2040 e para antecipar a meta de neutralidade climática para 2040. A Europa no final da COP26 em Glasgow mostrou, nalguns discursos, esta disponibilidade que deve agora ser concretizada.
Portugal e a neutralidade climática
Portugal tem conseguido alcançar progressos importantes nomeamente no que diz respeito às energias renováveis e ao recente encerramento na última central a carvão. No entanto, Portugal pode e deve fazer mais, assumindo uma liderança forte e ambiciosa ao nível da União Europeia.
Na sequência da aprovação da Lei de Bases do Clima, Portugal já abriu caminho à antecipação da meta da neutralidade climática ao comprometer-se a avaliar até 2025, atingi-la até 2045 ou mesmo antes. A ZERO apela a que estes estudos comecem já em 2022. Todos os dados indicam que o forte crescimento das fontes renováveis no nosso país nos permitirá assegurar essa antecipação. É fundamental antecipar esta meta de longo-prazo para que sejam também acelerados os esforços de curto e médio-prazo, indispensáveis para a luta contra as alterações climáticas.
Portugal tem a oportunidade de se juntar aos países que estão na frente da corrida para a neutralidade climática como a Finlândia em 2035, a Áustria em 2040, a Alemanha e a Suécia em 2045. É preciso agir agora e 2050 poderá ser tarde demais.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |