Início » Funcionários das empresas querem metas corporativas de redução das viagens de avião
Entre os funcionários das empresas que viajam de avião em trabalho, três em cada cinco reduziram a quantidade de vezes que viajam como resultado da pandemia, demonstra um novo estudo no âmbito da campanha Viajar Responsavelmente que a ZERO integra conjuntamente com outras organizações não governamentais (ONG) europeias.
Outra conclusão do estudo é que a grande maioria dos trabalhadores nas empresas acredita que as suas entidades empregadoras têm um papel importante a desempenhar na luta contra a crise climática – 77% dos 2.500 funcionários entrevistados são dessa opinião[1].
A maioria dos inquiridos admitiu estar disposta a fazer mudanças nos seus padrões de viagens em prol da sustentabilidade, acreditando que tem um papel importante na definição das políticas internas de viagens dos locais onde trabalham. É ainda opinião vigente entre os funcionários que as empresas devem estabelecer metas corporativas de redução de voos, sendo isso um fator importante para reduzir as respetivas pegadas de carbono (resultado comum a todos os países europeus entre 74% dos entrevistados).
A Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E), de que a ZERO faz parte, e a ZERO constatam que os funcionários das empresas são apoiantes de um novo paradigma em que as metas e políticas corporativas devem ser claras e alinhadas com as suas expectativas – e este já é mesmo um fator que está a ajudar algumas empresas a recrutar e reter talento.
Este estudo chega numa altura em que há uma sensação crescente de que níveis mais baixos de voos empresariais vieram para ficar. De entre os que relataram viajar de avião em trabalho, 63% viajam menos como resultado da pandemia, 27% viajam com a mesma frequência e 11% viajam mais agora (mas, neste caso, podemos estar em face de um fenómeno de rebound temporário).
A pandemia mostrou a facilidade com que é possível os funcionários e a gestão das suas empresas reduzirem os voos empresariais recorrendo a alternativas de menores emissões de carbono. Quando perguntados sobre sua preferência sobre como reduzir o impacto ambiental das viagens aéreas em trabalho, os funcionários na sua maioria disseram que preferem tecnologias e softwares de colaboração virtual (53% dos entrevistados). Viajar com menos frequência (36%) e optar por outros meios de transporte (32%) receberam cada um cerca de um terço das intenções.
Estima-se que a mudança e consolidação de um modo de colaboração remota tenha um grande impacto em termos de reuniões internas em empresas internacionais. A grande maioria dos colaboradores inquiridos (72%) dizem que estão menos dispostos a viajar para participar em reuniões internas, com 67% deles dispostos a planear mais reuniões locais por oposição a reuniões internacionais, evitando, portanto, viajar de avião.
A Federação de Transportes e Ambiente e a ZERO entendem que a Conferência das Partes das Nações Unidas, que se inicia no dia 6 de novembro no Egipto, é o momento ideal para os líderes corporativos preocupados com o clima darem o exemplo, examinando e anunciando mudanças os seus próprios hábitos de viagens aéreas. Devem aproveitar o momento para se comprometerem a diminuir o número dessas viagens em pelo menos 50% em relação aos níveis pré-pandemia.
Nota:
O estudo foi realizado online pela Ipsos, utilizando uma amostra de 2.506 adultos em cinco países – EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Espanha. Para se qualificarem para o inquérito, os entrevistados precisavam de estar empregados a tempo inteiro numa organização com pelo menos 50 funcionários e ter entre 18 e 74 anos. A amostra de funcionários foi ainda subdividida entre funcionários que viajam de avião em trabalho e os que não o faziam. Os primeiros referem-se àqueles que dizem que viajaram de avião em trabalho antes da COVID e depois. (1 279). O trabalho de campo foi realizado entre 6 e 10 de outubro de 2022, e os pesos demográficos foram ajustados aos dos países. O estudo tem um intervalo de credibilidade 2,4 pontos percentuais para todos os entrevistados, e3,4 pontos percentuais para os funcionários que viajam de avião em trabalho.
[1] Foram entrevistados funcionários entre os 18 e 74 anos a tempo inteiro em empresas em Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos (EUA) com pelo menos 50 trabalhadores.
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