Início » ZERO questiona se Governo vai falhar compromissos climáticos e uma tributação justa na viabilização da TAP?
TAP emitiu 1,4 milhões de toneladas de CO2 em 2019, só em voos intraeuropeus, com um aumento de 27% de emissões nos últimos 4 anos; foi a terceira maior empresa portuguesa mais penalizadora do clima.
A indústria da aviação é fortemente afetada pela crise da Covid-19. Dezenas de companhias aéreas estão ameaçadas de falência e, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), quase 25 milhões de empregos diretos no transporte aéreo estão ameaçados. Neste contexto, o sector tem pedido ajuda aos governos em toda a Europa. O valor atual total dos apoios solicitados atinge mais de 30 mil milhões euros.
Ao contrário da posição de outros governos na Europa, a ZERO tem notado no discurso do Governo uma total ausência da necessidade de contrapartidas ambientais na negociação dos apoios à TAP, em linha com o que seria de esperar face à posição ambiciosa de Portugal no que respeita à redução de emissões poluentes, em particular as causadoras das alterações climáticas, e nomeadamente tendo em conta a meta de neutralidade carbónica em 2050. Pior ainda, enquanto vários projetos de expansão aeroportuária estão a ser cancelados ou repensados na Europa, a começar pela terceira pista do aeroporto de Heathrow em Londres, o Primeiro-Ministro e vários Ministros (das Infraestruturas e da Habitação ao Ambiente e Ação Climática), mantêm irredutível a opção de expandir o Aeroporto Humberto Delgado e construir um novo aeroporto no Montijo, não aproveitando a folga de reflexão dada pela pandemia.
As emissões dos voos intraeuropeus são contabilizadas no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão: tendo em conta este indicador, e não considerando o impacte ambiental dos voos para fora da Europa, que na TAP tem sido crescente, atingindo 1,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) em 2019, verificando-se um aumento de 27% das emissões da companhia entre 2016 e 2019, tendo atingido 13% entre 2017 e 2018 e 3,4% entre 2018 e 2019. Efetivamente, enquanto em 2018 a TAP era a 5ª empresa portuguesa com maiores emissões de CO2, em 2019 passou para 3º lugar, só ultrapassada pela central a carvão de Sines e pela refinaria de Sines. Em 2018 a TAP foi a companhia aérea com maior aumento de emissões e em 2019 ficou classificada em décimo lugar.
A ZERO e um conjunto de organizações ambientais em toda a Europa pedem aos políticos que tomem cuidado com o dinheiro público. Muitas pequenas e médias empresas, o sector de apoio social, o pequeno comércio e outros modos de transporte estão a ser afetados pela crise da Covid-19 e o sector de aviação não deve receber tratamento preferencial. Especialmente considerando que o sector da aviação gera custos externos substanciais para a sociedade (por exemplo, poluição do ar e poluição sonora que afeta os cidadãos que moram perto dos aeroportos e que se refletem posteriormente em encargos para o Sistema Nacional de Saúde) e quase não paga impostos. Na Europa, as isenções estão avaliadas em 39,9 mil milhões de euros para o IVA não cobrado e 26,9 mil milhões de euros para o imposto de querosene não cobrado. Além disso, as emissões europeias de dióxido de carbono na aviação aumentaram 27,6% nos últimos seis anos, excluindo os efeitos não-CO2 que duplicam ou triplicam o impacto climático da aviação. Internacionalmente, a aviação é uma das causas de crescimento mais rápido do aquecimento global, com emissões de gases de efeito estufa que devem duplicar ou triplicar até 2050, o que é uma efetiva ameaça para os esforços climáticos que estão a ser feitos pelo resto da sociedade.
Se o auxílio estatal for concedido, ele deve servir principalmente para proteger os trabalhadores afetados, evitar grandes efeitos negativos na economia e continuar serviços estrategicamente importantes. As operações de apoio para companhias aéreas e aeroportos que estavam com dificuldades financeiras antes da crise são questionáveis. O apoio a companhias aéreas e aeroportos que desejam usar a ajuda para introduzir passagens mais baratas ou aumentar os salários dos gerentes ou os lucros para os acionistas também deve ser um impedimento. O auxílio deve ser temporário, reembolsável e permitir uma possível redução nas atividades da aviação se a procura pública por viagens diminuir como resultado da crise da covid-19. É necessário que a utilização do apoio esteja sujeita a condições estritas e seja corretamente relatada.
Qualquer operação de auxílio do estado deve concentrar-se na preparação de uma transformação gradual e planeada do sector de aviação. As condições mínimas para uma operação de apoio são que a indústria da aviação contribua, com base em pressupostos científicos válidos, para enfrentar a crise climática e que o sector finalmente pague uma quantidade razoável de impostos. Os decisores políticos devem fazer escolhas inteligentes para o futuro e conduzir uma recuperação económica que esteja alinhada com o Pacto Ecológico Europeu.
Se um auxílio estatal é concedido, as organizações ambientalistas consideram que sejam estabelecidas as seguintes condições:
Por parte do sector da aviação
Tudo isso deve ser incluído em um instrumento juridicamente vinculativo entre a empresa e o governo e, em seguida, o quanto antes, nos textos legais.
Por parte dos governos nacionais
Recomendações políticas europeias
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |