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A União Europeia (UE) está a dizer adeus à ambição climática. Esta semana, em contraste com sinais evidentes de um clima em alteração com temperaturas recordes em toda a Europa, a Comissão Europeia apresentou, com meses de atraso, a meta climática para 2040, propondo uma redução de pelo menos 90% das emissões face a 1990. No entanto, esta meta inclui mecanismos de flexibilidade, como créditos de carbono internacionais e compensações intersectoriais, que enfraquecem a ambição necessária num momento crítico de agravamento da crise climática.
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Este atraso compromete também as metais europeias para 2035 a aprovar na COP30 no Brasil no final deste ano e enfraquece a liderança global da UE ao sinalizar falta de determinação política. Estas flexibilidades inaceitáveis, pois permitem desresponsabilizar setores emissores e adiar a transição, ignorando recomendações científicas que apontavam para reduções entre 90% e 95% sem tais mecanismos. A proposta surge num contexto político adverso após as eleições europeias de 2024, com um recuo climático generalizado, tendo a Comissão optado por um compromisso frágil para evitar confrontos com governos menos ambiciosos, como os da Polónia e Hungria. Esta é uma oportunidade perdida de promover a liderança climática europeia. Para estar em linha com o Acordo de Paris, a União Europeia deveria ambicionar a neutralidade climática já em 2040, com cortes reais dentro do território europeu, sem compensações externas, garantindo uma transição justa para os setores mais vulneráveis e, no fundo, um investimento na competitividade europeia no longo prazo. O Governo português, que também já está a baixar a ambição ao pretender reduções mais leves das emissões numa primeira fase por parte da UE é chamado a exigir mais ambição e uma governação climática transparente, reforçando a urgência de medidas consistentes num momento em que a Humanidade não pode esperar por meias-medidas.
Francisco Ferreira
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2024: menos incêndios, mais área ardida, a negligência do incendiarismo continua
No arranque do “nível Charlie”, a ZERO alerta que, apesar da redução de ignições face a 2023, a área ardida quadruplicou. Os grandes incêndios aumentaram drasticamente, responsáveis por 84% da área total, e o número de vítimas mortais subiu para 16. O incendiarismo continua sem resposta eficaz, persistem lacunas na reinserção e na articulação entre saúde e justiça. Metas do Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos estão longe de ser cumpridas, e Portugal já ardeu mais de metade do previsto para a década. Leia mais aqui. |
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O calor veio para ficar!
As ondas de calor estão a tornar-se mais intensas e frequentes, um sinal claro da crise climática em curso. Nestes dias em que o calor parece não dar tréguas, proteger-se é essencial. Mas há formas de o fazer que não passam por aumentar ainda mais o consumo de recursos. Eis algumas ideias práticas para enfrentar o calor com responsabilidade:
1. Banhos? Sim, mas curtos e conscientes: se precisa de tomar mais do que um banho por dia, mantenha-os curtos e desligue a água ao ensaboar-se. A primeira água fria enquanto o chuveiro aquece pode ser aproveitada para se refrescar os pés, rosto, pulsos, em vez de ir diretamente pelo ralo.
2. Antes de ligar o AC, tente arrefecer naturalmente: ar condicionado tem impacto, tanto na fatura como no planeta. Mantenha estores e janelas fechados nas horas mais quentes e abra tudo ao início da manhã ou à noite. Tecidos leves, borrifadores com água fresca e ventoinhas bem posicionadas também ajudam.
3. Hidrate-se sem recorrer a plástico descartável: evite as compras impulsivas de garrafas de água nos cafés ou estações de serviço. Invista numa boa garrafa reutilizável que mantenha a água fresca e leve-a sempre consigo. Se estiver em viagem, planeie com antecedência onde pode reabastecer. Pequenos gestos evitam grandes quantidades de plástico e poupam dinheiro!
4. Regar com critério: regue só ao início da manhã ou ao fim do dia. Use plantas autóctones ou adaptadas ao clima e aplique palha ou folhas secas no solo para conservar a humidade. Cuidar do jardim também pode ser uma forma de adaptação.
5. Cuide de quem não pode refrescar-se sozinho: a sustentabilidade também se faz em comunidade! Idosos, crianças pequenas e pessoas em situação de pobreza energética são especialmente vulneráveis. Verifique se os seus vizinhos estão bem e, se possível, apoie redes locais de ajuda.
6. Reduza deslocações e respeite o ritmo do corpo: evite sair nas horas de maior calor. Quando o fizer, opte por modos suaves como caminhar ou andar de bicicleta, leve roupa leve (preferencialmente de fibras naturais) e procure sombra sempre que possível.
Que este verão seja vivido com mais frescura e mais consciência! |
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Combater o desperdício alimentar pode começar com uma plataforma digital?
O projeto FoodConnect, promovido em Portugal pela ZERO e financiado pelo Programa LIFE e pelo Fundo Ambiental, está a reunir vários setores para tornar a doação de excedentes alimentares mais eficaz. Na Madeira, realizou-se recentemente um focus group com entidades públicas, empresas da indústria agroalimentar e do turismo, e organizações sociais, para identificar os principais obstáculos à doação de alimentos e pensar soluções: desde melhorias logísticas e legais até incentivos e mecanismos de controlo. A meta é clara: adaptar e replicar uma plataforma digital colaborativa que facilite a partilha de excedentes e promova práticas alimentares mais sustentáveis no sul da Europa. Saiba mais aqui! |
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A sua opinião pode ajudar a proteger a nossa costa?
O projeto iCOAST, coordenado pela Universidade de Coimbra, quer perceber como os residentes em Portugal se relacionam com o risco costeiro: desde a erosão e o aumento do nível do mar até às tempestades, e que soluções consideram mais justas e eficazes para proteger o litoral. Se vive perto da costa, costuma ir à praia ou apenas se preocupa com o futuro das zonas costeiras, a sua perspetiva é importante. Participe num questionário breve (15 min) e ajude a construir políticas costeiras mais justas e alinhadas com quem vive o território. Partilhe com os seus amigos e familiares! |
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As seleções femininas estão a dar o exemplo no transporte sustentável?
Durante o EURO 2025 feminino, que arrancou ontem, dia 2, na Suíça, pelo menos cinco seleções nacionais, incluindo a portuguesa, comprometeram-se a realizar as deslocações internas por comboio ou autocarro, reduzindo significativamente o uso do avião. Este compromisso surge na sequência de um apelo lançado pela ZERO, em conjunto com a Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E) e outras organizações da sociedade civil, para que a UEFA adote uma política mais ambiciosa em matéria de transporte sustentável. No torneio masculino anterior, apenas duas seleções adotaram esta prática, o que torna este progresso ainda mais relevante. O transporte representa a maior parte das emissões destes eventos, e o exemplo das equipas pode contribuir para mudanças reais! Leia mais sobre esta iniciativa aqui! |
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Do Alentejo profundo às florestas autóctones, há decisões que se tomam agora e que vão marcar as próximas gerações. Este mês, deixamos-lhe duas petições para defender o que ainda pode ser protegido.
Diga não à Mina da Lagoa Salgada (Grândola e Alcácer do Sal)
Está em causa um projeto mineiro de larga escala que ameaça um dos ecossistemas mais valiosos do país: o montado de sobro. A petição denuncia riscos severos para a água, o solo, a saúde pública, o turismo sustentável e o modo de vida das populações locais. A proposta prevê milhões de toneladas de detritos, consumo intensivo de água numa zona já afetada por seca extrema, e impacto irreversível na paisagem e no bem-estar das comunidades.
Assine e conheça os detalhes da petição aqui!
Ainda sobre proteção do território: uma lei para os carvalhos autóctones
Sem enquadramento legal específico, os carvalhais portugueses, com espécies como o carvalho-cerquinho, o carvalho-negral ou o carvalho-de-monchique, continuam expostos ao corte, à fragmentação e à substituição por monoculturas ou espécies invasoras. Esta petição propõe o reconhecimento legal da importância ecológica dos carvalhos autóctones e a criação de mecanismos de apoio à sua conservação, tanto em espaços públicos como privados.
Apoie e saiba mais sobre a proposta legislativa aqui! |
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INGREDIENTES
• 1 c. de sopa de azeite
• 100 g chalotas finamente picadas
• 3 dentes de alho
• 1/2 c. de chá de tomilho
• 1/2 c. de chá de alecrim
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• 350 g de arroz de risotto
• 125 ml de vinho branco
• 1,5 l de caldo de legumes quente
• 250 g de ervilhas congeladas
• 2 pimentos assados
• 1 limão (raspa + sumo)
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INSTRUÇÕES
1.º Corte os pimentos assados em tiras.
2.º Aqueça o azeite numa panela grande e aloure as chalotas por alguns minutos.
3.º Esmague o alho (usando um esmagador de alho) e adicione o tomilho e o alecrim. Adicione o arroz para risotto e mexa durante 2 minutos. Adicione o vinho e deixe ferver.
4.º Assim que o vinho estiver absorvido, comece a deitar o caldo (1 chávena de cada vez) e a mexer. Com a última chávena de caldo adicione também as ervilhas e as tiras de pimento.
5.º Depois do último pedaço de caldo ter sido absorvido, adicione a raspa de limão, o sumo de limão e a salsa.
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Seminário Nacional “Não há Planeta B” | 11 de julho de 2025 | Braga
No dia 11 de julho, na Escola de Psicologia da Universidade do Minho, terá lugar o Seminário Nacional “Não há Planeta B”, onde serão apresentados os resultados do projeto Agência Climática dos Adolescentes, uma iniciativa que colocou jovens no centro da discussão sobre a crise climática e políticas públicas ambientais.
Este seminário será uma oportunidade para conhecer de perto os métodos, aprendizagens e recomendações que surgiram deste trabalho, bem como para refletir sobre o papel da juventude na resposta coletiva à emergência climática. O evento contará com investigadores, professores, decisores políticos, organizações da sociedade civil e, claro, os próprios adolescentes envolvidos no projeto.
A entrada é gratuita, mas requer inscrição prévia. Faça a sua aqui! |
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