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Neste verão quente, a ZERO não foi de férias. As consequências das alterações climáticas, com uma onda de calor forte e prolongada afetando principalmente o Centro e Norte do país, talvez tire um pouco mais as dúvidas a quem continua a achar que o aquecimento global não tem a ver com a atividade humana. Temos assim um país mergulhado nos habituais temas - os incêndios, com a incapacidade persistente de prevenção, oito anos depois do dramático ano de 2017, com uma estratégia muito duvidosa de combate, permitindo-se que quase dez por cento do Parque Nacional da Peneda-Gerês ardesse; com uma má qualidade do ar em grande parte do país, sem avisos sistemáticos e claros junto da população; com praias a serem interditas e com consequências graves para a população (no caso da Nazaré) por falhas no sistema de drenagem de águas residuais.
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Também temos tido um governo que não descansa, com boas e más novidades. O lançamento dos programas E-lar e Bairros + Sustentáveis trazem boas notícias no que respeita ao fomento do abandono do gás como combustível fóssil e a sua substituição por eletricidade (maioritariamente renovável no caso do nosso país). Porém, e depois de muitos atrasos nas respostas do anterior programa dos Edifícios + Sustentáveis, medidas como a comparticipação no isolamento dos edifícios, substituição por janelas mais eficientes, aquisição de bombas de calor / ar condicionado, que foram dos apoios mais bem-sucedidos, ficam agora de fora do público em geral. Em época de praia não podiam faltar umas quantas águas balneares com problemas, mas, subindo o pouco no areal, importa destacar o erro dramático que é dar por adquiridos os direitos de ocupação do litoral por enormes empreendimento turísticos aprovados lentamente ao longo das últimas décadas, quando a necessidade de o proteger é agora por demais evidente em comparação com a ideia errada, mas vigente, no século passado. Entre as más novidades, a insistência do governo em ampliar o máximo de movimentos do aeroporto de Lisboa de 38 para 45 movimentos. Irá haver um estudo de impacte ambiental que a ZERO tão fortemente exigiu. Mas se já ultrapassamos largamente os valores-limite de ruído e temos uma cidade de Lisboa provavelmente acima da sua capacidade de carga turística, este caminho não tem sentido. Em suma, continua-nos a faltar aplicar uma visão estrutural sobre o território e dar a devida prioridade à qualidade de vida das populações, tendo também a coragem de pôr em causa os supostos direitos adquiridos, como, e muito bem, ouvi ao vivo, o ainda Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vitor Aleixo, clamar junto da Ministra do Ambiente e Energia num evento recente. Não é nada fácil nem barato, mas temos de ser mais eficazes, sem retrocessos e sem investimentos ociosos que a todos sairão mais caro no futuro.
Francisco Ferreira
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Falhas nos apoios à renovação energética das habitações
O Governo lançou os programas E-Lar e Bairros + Sustentáveis, com apoios para combater a pobreza energética. A ZERO reconhece o potencial destas medidas, mas alerta para a sua insuficiência e falta de visão integrada. Os valores de apoio são limitados, a subida do IVA agrava custos, e o acesso a soluções como bombas de calor continua restrito. A dotação de 100 milhões de euros está longe dos 120 mil milhões estimados como necessários para uma renovação energética estrutural do edificado. É urgente reforçar o investimento e garantir uma transição energética justa e ambiciosa. Leia mais aqui! |
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Já parou para pensar quantos recursos consome o seu estilo de vida?
Mudanças individuais podem parecer pequenas, mas tornam-se significativas quando são informadas e consistentes. Para transformar hábitos, é fundamental perceber primeiro onde estamos a falhar e por onde começar. Calcular a nossa pegada ecológica é uma ferramenta poderosa para esse autodiagnóstico: permite identificar os comportamentos mais impactantes no nosso dia a dia, desde a forma como nos deslocamos até ao que comemos ou consumimos em casa.
A boa notícia? Muitos desses impactos podem ser reduzidos com pequenas decisões conscientes: evitar o desperdício alimentar, reduzir o consumo de carne, optar por transportes mais sustentáveis, consumir menos energia ou fazer escolhas mais duráveis no consumo diário.
A calculadora da ECOntigo ajuda precisamente a isso, a fazer um retrato claro da sua pegada ecológica e a apontar caminhos para a reduzir. Este instrumento, coordenado pela ZERO, é um questionário simples sobre os seus hábitos de consumo (como alimentação, mobilidade, energia ou água), após o qual irá obter uma estimativa personalizada do impacto ambiental do seu modo de vida. A partir daí, são sugeridas ações concretas para reduzir essa pegada e viver de forma mais sustentável, promovendo não só a eficiência no uso de recursos mas também o combate à crise climática.
Saber onde estamos é o primeiro passo para mudar. E mudar é possível, mesmo começando por gestos simples! |
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Há projetos turísticos a ameaçar áreas protegidas da costa portuguesa?
Uma investigação da SIC analisou quatro empreendimentos planeados para o Meco, enquadrado numa área classificada como zona especial de conservação. A reportagem reúne testemunhos de moradores, ambientalistas, incluindo um representante da ZERO, e responsáveis autárquicos, expondo os riscos de transformar uma área sensível num foco de especulação. Uma reflexão importante sobre os desafios da proteção ambiental frente à pressão imobiliária. Veja aqui! |
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Pode aprender mais sobre diplomacia climática este verão?
Se tem até 30 ou 35 anos e quer aprofundar os seus conhecimentos sobre ativismo climático e o funcionamento das negociações internacionais, este verão aproveite duas oportunidades únicas. O European Climate Pact, iniciativa coordenada em Portugal pela ZERO, apoia duas Academias de Verão gratuitas para jovens interessados em participar ativamente na transição climática. Em agosto, realiza-se a 4.ª edição da LCOY Portugal - Local Conference of Youth, promovida pela Youth Climate Leaders (YCL), dedicada ao papel da juventude nas COP do Clima e à mobilização para a justiça climática (inscreva-se aqui). Em setembro, a Último Recurso organiza a Academia de Diplomacia Climática da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, centrada na cooperação lusófona e nos desafios da ação climática a nível global. Se quer contribuir para um futuro mais justo e sustentável, inscreva-se e participe. Partilhe também com jovens que conheça, o envolvimento de todos é fundamental! |
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+11 000 pessoas pediram proteção para as dunas de Tróia - e nada foi feito?
O movimento Dunas Livres entregou uma petição ao Parlamento exigindo medidas concretas para travar a urbanização descontrolada da Península de Tróia. A petição foi discutida na Assembleia da República a 3 de julho, mas todas as propostas apresentadas foram rejeitadas sem que houvesse qualquer avanço na defesa daquele território. Trata-se de um dos últimos sistemas dunares intactos da região, com elevado valor ecológico e paisagístico, hoje ameaçado por projetos turísticos e imobiliários. O silêncio político contrasta com o apelo claro da sociedade civil: preservar Tróia antes que seja tarde. Veja aqui. |
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Da mobilidade à proteção da natureza, há decisões que moldam o território e definem o nosso futuro coletivo. Este mês, destacamos duas petições que apelam à ação cidadã para travar a degradação ambiental e promover soluções sustentáveis na Margem Sul e no litoral da Arrábida.
Mobilidade Sustentável na Margem Sul
A Margem Sul precisa urgentemente de alternativas ao carro. A expansão do Metro Sul do Tejo (MST) até à Costa da Caparica, Trafaria e ao eixo Seixal-Barreiro-Alcochete pode transformar a mobilidade na região: menos trânsito, menos emissões, mais tempo livre e mais qualidade de vida. Estas ligações são urgentes e necessárias, representando uma resposta estruturante aos problemas crónicos de mobilidade nos concelhos da Margem Sul. A falta de alternativas de mobilidade traduz-se no aumento exponencial do trânsito automóvel, retirando qualidade de vida a moradores e visitantes. A proposta está prevista há anos, mas tem sido adiada. Esta petição junta várias vozes para exigir ao Governo que avance com o projeto, assegure o financiamento e envolva as comunidades.
Se acredita numa mobilidade mais justa, acessível e amiga do clima, assine esta petição!
SOS Meco: travar o avanço da especulação sobre a natureza
A poucos quilómetros dali, outra frente está em risco. Quatro megaempreendimentos turísticos planeados para o Meco e a Azóia ameaçam o coração natural da Arrábida. Estão previstos mais de 3000 alojamentos turísticos numa zona protegida, sem a devida avaliação ambiental. A petição exige transparência, cumprimento da lei e uma visão sustentável para o território.
Assine já! |
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INGREDIENTES
• 400g feijão branco cozido
• 250g seitan
• 50g chouriço vegetal
• 1 cebola picada
• 1 cenoura cortada em rodelas
• 2 dentes de alho, picados
• 250g cogumelos pleurotus, desfiados em tiras (aprox. 2 cm)
• 200g caldo de legumes líquido
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• 100g polpa de tomate
• 50g vinho branco
• 2 c. de chá paprika fumada
• 1 c. de chá cominhos
• 1 c. de chá alho em pó
• 1 c. de chá cebola em pó
• 1 c. de sopa molho de soja
• Azeite q.b.
• Sal e pimenta preta q.b.
• Salsa picada q.b.
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INSTRUÇÕES
1.º Corte o seitan em cubos e tempere com alho em pó, cebola em pó, molho de soja e um fio de azeite.
2.º Cozinhe na air-fryer ou no forno cerca de 10 minutos, até dourar.
3.º Num tacho, junte um fio de azeite, a cebola e o alho. Deixe refogar por cerca de 2 minutos e junte o chouriço vegan e a cenoura.
4.º Tempere com uma pitada de sal e deixa refugar por mais alguns minutos, até a cebola ficar macia e translúcida.
5.º Junte os cogumelos pleurotus em tiras e tempere com uma pitada de sal, pimenta preta e a paprika fumada.
6.º Salteie por cerca de 2-3 minutos, mexendo para envolver os sabores.
7.º Adicione a polpa de tomate, o vinho branco, o caldo de legumes e os cominhos. Envolva bem, junta a seitan previamente cozinhada, tape parcialmente a panela e deixa cozinhar em lume brando por cerca de 10-15 minutos, mexendo ocasionalmente.
8.º Junte agora o feijão branco escorrido. Mexa e deixa cozinhar por mais 2 minutos, apenas para aquecer e envolver os sabores.
9.º Retifique os temperos e retire do lume. Junte a salsa picada e envolve delicadamente.
10.º Sirva de imediato, numa taça ou travessa, acompanhada de arroz branco cozido ou o seu acompanhamento preferido.
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Sessão online | Literacia do Oceano para professores (Sea Tales) | 3 de setembro
A ZERO convida professores do 1.º e 2.º ciclos a participar numa sessão online gratuita sobre literacia do oceano, no âmbito do projeto europeu Sea Tales.
O projeto, com parceiros de Portugal, Islândia, Grécia e Roménia, criou um currículo interdisciplinar para aproximar as escolas do oceano e promover sustentabilidade e cidadania ativa. Após testes em escolas portuguesas, os materiais estão a ser revistos e serão disponibilizados em formato aberto.
Para dar a conhecer os produtos finais do projeto e apoiar os professores interessados na sua aplicação, a ZERO irá organizar uma sessão online, onde será apresentado o currículo Sea Tales, as suas componentes e a forma como pode ser integrado nas práticas letivas. Esta sessão será no dia 3 de setembro às 18h30 online, e pode inscrever-se de forma gratuita aqui.
Caso considere pertinente, agradecemos desde já que partilhe esta informação com outros colegas.
Contamos com a sua presença para promover a Literacia do Oceano nas escolas portuguesas! |
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ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável
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