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Neste editorial de setembro é inevitável não falarmos dos incêndios rurais. Com metade da área ardida em relação ao dramático ano de 2017, ainda podemos ter de lidar com eventuais tempos difíceis pela frente - em 2017, foi em dois fins-de-semana de junho e outubro que as consequências foram as mais dramáticas. A ZERO procurou abster-se de comentários públicos de cariz demasiado populista e imediatista enquanto a expressão dos incêndios aumentava.
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Mas os nossos alertas foram e continuarão a ser feitos: a recorrência de grandes fogos resulta do abandono e da fragmentação do território, com milhares de minifúndios sem gestão ativa, o que mantém um “cenário de risco permanente” e é necessário que o Governo trate a gestão de fogo rural como prioridade política e operacional, e que avance de forma consistente com o Plano de Intervenção para a Floresta 2025-2050, com programação financeira credível e um ponto de situação detalhado dos compromissos já assumidos. No curtíssimo prazo, já no pós-incêndio, a ZERO pediu procedimentos rápidos e simplificados para estabilizar os terrenos queimados antes das primeiras chuvas - minimizando erosão, arrastamento de cinzas e sedimentos, entupimento de linhas de água e danos em infraestruturas e ecossistemas. Durante os fogos, a necessidade de proteger a saúde pública foi um dos alertas, pedindo avisos às autoridades e exortando a população afetada a usar máscara para impedir efeitos tóxicos das partículas finas emitidas.
No futuro, as alterações climáticas, dada maior ocorrência e intensidade de ondas de calor, a fraca humidade e a muita biomassa presente proporcionada por condições meteorológicas diferentes ao longo do ano, irão ampliar as dimensões dos incêndios. Espanha pediu um pacto envolvendo Portugal e Espanha para lidar com esta “emergência climática”. Em nosso entender, é uma sugestão bem vinda, para mobilizar mais meios e recorrer a boas práticas, mas é crucial que as nossas políticas nacionais de prevenção e resiliência do território acelerem e deem uma resposta que foi construída em grande parte na sequência dos incêndios de 2017, que sabemos demorará o seu tempo, mas que tem de ser implementada, acelerada e também avaliada.
Francisco Ferreira
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Estabilização urgente dos terrenos pós-incêndios
A ZERO alerta para a necessidade imediata de estabilizar os solos ardidos antes das primeiras chuvas, sob risco de erosão, deslizamentos e contaminação da água. A destruição da vegetação torna os terrenos mais vulneráveis, aumentando os impactos sobre ecossistemas e populações locais. A ZERO apela ao Governo e ao ICNF para aplicar medidas rápidas e eficazes, acompanhadas de relatórios claros que garantam transparência e confiança pública. Saiba mais aqui! |
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Regressar em setembro sem peso extra para o planeta
Setembro não é só o mês do regresso às aulas e ao trabalho, é também altura de reavaliar hábitos. Se já evita o descartável no dia a dia, pode dar agora um salto extra:
1. Da reutilização à economia circular Em vez de apenas “não comprar novo”, explore plataformas de troca ou reparação para material escolar e de escritório. Estimule a partilha comunitária: um banco de manuais, uma biblioteca de ferramentas ou até um grupo local e online de “swap”.
2. Mobilidade coletiva com impacto real Não se trata apenas de deixar o carro em casa, mas de integrar soluções: combinar transporte público com bicicleta, aderir a grupos organizados de boleias ou usar passes que incentivem a intermodalidade. Quanto mais previsível e estruturado for o uso coletivo, maior o impacto na redução de emissões.
3. Marmitas que reprogramam o consumo A marmita sustentável não é só trazer comida de casa. É também planear refeições com base em alimentos sazonais e de produção local, reduzir proteína animal em excesso e adotar recipientes modulares que evitem desperdício. Transformar a pausa para almoço num gesto político e ambiental pode ter mais impacto do que parece.
O novo ciclo não precisa de ser uma repetição: pode ser um momento para alinhar rotinas com a transição ecológica que queremos ver acontecer! |
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A COP30 também se vai fazer… de bicicleta?
Em 2025, ciclistas e velejadores de todo o mundo vão partir de diferentes pontos do planeta rumo a Belém, no Brasil, para onde a COP30 (Conferência-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas) levará o debate climático. A iniciativa COP30 Bike Ride quer chamar a atenção para a urgência de soluções de mobilidade sustentável, mostrando que a transição pode começar nos nossos modos de transporte. Ao longo do percurso, os participantes vão envolver-se nas comunidades locais e propor compromissos concretos para integrar a bicicleta nas políticas climáticas até 2030. Entre as ideias-chave estão: criar redes seguras de ciclovias, reduzir o tráfego automóvel, apostar na logística com bicicletas de carga e valorizar economicamente o setor da mobilidade ativa. A mensagem é clara: andar de bicicleta não é só exercício, é uma ferramenta real para cumprir o Acordo de Paris. A iniciativa atravessa Portugal, entrando a 28 de setembro pelo Alentejo, vinda de Badajoz, e vai passar por Borba, Évora, Montemor-o-Novo, Vendas Novas, Benavente, Loures, terminando em Lisboa, a 1 de outubro, concluindo na Praça do Comércio o trajeto que esta estafeta de ciclistas iniciou no Azerbaijão, onde decorreu a última conferência climática da ONU, a COP29. Leia as 10 propostas da COP30 Bike Ride aqui! |
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34% das emissões em Portugal vêm dos transportes?
A maior parte resulta daquilo que circula diariamente nas nossas estradas, carros e camiões, tornando o setor rodoviário o principal responsável pela poluição do ar e pelas emissões. Já o transporte marítimo e a aviação têm um peso bastante menor, sobretudo em território nacional. Isto significa que cada escolha de mobilidade conta: apostar nos transportes públicos, andar de bicicleta ou partilhar boleias pode reduzir significativamente a pegada do setor. É na forma como nos movemos nas cidades que está o maior potencial para cortar emissões e melhorar a qualidade de vida de todos. |
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A publicidade de combustíveis fósseis ainda é permitida em Portugal?
Apesar de serem responsáveis por grande parte das emissões que alimentam a crise climática e afetarem a saúde pública, os combustíveis fósseis continuam a ser promovidos em anúncios, normalizando a sua utilização. A ZERO considera que, tal como aconteceu com o tabaco, já não faz sentido dar tempo de antena a produtos que comprometem o futuro. Por isso, apresentámos queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social - ERC e defendemos que Portugal avance para a proibição da publicidade a combustíveis fósseis, alinhando-se com outros países europeus que já tomaram esta medida. É uma questão de coerência climática, de justiça intergeracional e de proteção da saúde de todos. Leia mais aqui! |
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Diga NÃO ao acordo UE-Mercosul
O acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) ameaça agravar a crise climática e pôr em risco agricultores e consumidores. Se avançar, irá:
- Aumentar a desflorestação da Amazónia para expandir a produção de carne e soja;
- Trazer de volta pesticidas perigosos já proibidos na Europa;
- Expor os agricultores europeus a concorrência desleal;
- E contornar a participação democrática, ao ser negociado à porta fechada.
Ainda vamos a tempo de travar este acordo. Basta enviar um e-mail direto aos ministros e deputados portugueses a pedir que votem contra. É rápido: só precisa de preencher o formulário online e carregar em “Enviar”.
Atue aqui e faça ouvir a sua voz! |
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INGREDIENTES
• 540 g tremoço em salmoura
• 200 g cenoura / pimento cru
• 140 g cebola crua
• 8 g alho cru
• 40 g pão ralado
• 28 ml azeite
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• 4 g salsa fresca
• q.b. sal iodado
• q.b. pimentão doce
• q.b. pimenta preta
• q.b. cominhos em pó
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INSTRUÇÕES
1.º Lavar os tremoços em água corrente e demolhar por 12 horas, trocando a água várias vezes para reduzir o sal. Escorrer e triturar até formar uma pasta grossa.
2.º Picar a cebola, o alho e a salsa fresca. Triturar grosseiramente a cenoura.
3.º Refogar a cebola e o alho no azeite até alourar.
4.º Misturar a pasta de tremoço, a cenoura triturada, o refogado e a salsa. Temperar com sal, pimentão-doce, pimenta-preta e cominhos a gosto.
5.º Adicionar o pão ralado até obter uma massa moldável.
6.º Moldar em forma de hambúrguer.
7.º Cozinhar numa frigideira untada em lume médio, 3-4 minutos de cada lado, até dourar e firmar.
Pode encontrar outras receitas aqui! Para mais receitas sustentáveis, obtenha a aplicação VeggieKit! |
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#HandsOffNature | Defender as leis ambientais europeias | Até 10 de setembro
A Comissão Europeia lançou uma consulta pública sobre o chamado omnibus ambiental, um pacote que pretende “simplificar” regras, mas que pode na prática enfraquecer elementos centrais do Pacto Ecológico Europeu. Estão em risco regulamentos fundamentais, como o Ecodesign para Produtos Sustentáveis, a Diretiva-Quadro de Resíduos, o Regulamento de Embalagens e a Regulamentação contra a Desflorestação.
O argumento da Comissão é reduzir burocracia, mas esta “simplificação” pode significar menos transparência, menos monitorização e menos proteção para florestas, rios, ar e água limpos. Isso comprometeria anos de avanços e abriria espaço para maior pressão de interesses económicos sobre políticas ambientais.
A ZERO, através da rede europeia ECOS da qual faz parte, alerta que esta é uma oportunidade decisiva para mostrar que a sociedade civil não aceita retrocessos. As leis ambientais são o que garante a nossa saúde, protege a biodiversidade e impulsiona a transição energética, não podem ser desmontadas sob pretextos administrativos.
Pode participar de duas formas:
O prazo é até 10 de setembro de 2025. Cada contributo conta para mostrar que não aceitamos um retrocesso ambiental disfarçado de “simplificação”. Participe Já! |
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ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável
zero@zero.ong
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