Início » Em resposta ao desafio do Presidente da República: ZERO apresenta 10 prioridades para a prevenção de incêndios florestais
Numa altura em que os incêndios florestais estão a afetar Portugal de forma dramática, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável vem dar resposta ao desafio lançado na semana passada pelo Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que considerou ser esta a altura certa para discutir a prevenção dos incêndios, nomeadamente as políticas de ordenamento do território e de ordenamento florestal. Nesse sentido, a ZERO apresenta as dez prioridades que considera fundamentais para combater este flagelo, entre elas a necessidade de cumprir escrupulosamente a legislação existente sobre a defesa da floresta contra incêndios, de criar um cadastro predial organizado e fiável em todos os Municípios, reforçar o Programa de Sapadores Florestais e reforçar a prevenção, sobretudo nas áreas rurais com maior risco de incêndio, através de uma maior sensibilização das populações.
As prioridades apresentadas pela ZERO resultam de uma reflexão que procura ser abrangente e detalhada, tocando as matérias que nos parecem ser essenciais discutir na sociedade portuguesa, desde as políticas de curto a longo prazo de prevenção à sensibilização e comunicação e ao combate aos incêndios. O presente documento será enviado ao Senhor Presidente da República e aos grupos parlamentares e será discutido com diversos membros do Governo em reuniões já agendadas ou a agendar.
Os incêndios florestais continuam a afetar as populações e os seus bens, ecossistemas relevantes ou uma floresta produtiva importante para a economia do país. Muitos dos aspetos que aqui são sistematizados pela ZERO não são novidade para quem, como os especialistas ou as associações de ambiente, tem vindo a alertar há muitos anos para o facto de já haver um diagnóstico e se conhecerem as soluções. Na maioria dos casos existe legislação apropriada, faltando vontade política para a aplicar. A enorme disparidade entre os gastos com prevenção e combate, absorvendo este último 80% do total, mostra como devemos repensar prioridades e olhar para medidas indiretas que, à partida, não parecem relevantes para evitar incêndios mas são verdadeiramente cruciais, como a criação do cadastro das propriedades rústicas.
Dez prioridades para a prevenção dos incêndios florestais:
1 – Aplicar e cumprir escrupulosamente a legislação que estabelece as medidas e ações a desenvolver no âmbito do Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios
2 – Dotar todos os Municípios de Portugal de um cadastro predial organizado e fiável
3 – Reforçar o Programa de Sapadores Florestais e incrementar o uso do fogo controlado
4 – Rever o RJAAR – Regime jurídico aplicável às ações de arborização e rearborização:
– Existe um regime de quota para a espécie – um balanço zero que resulte de uma combinação entre a melhoria da produtividade dos povoamentos existentes e de aumentos de área que sejam compensados pela renaturalização de espaços pouco produtivos já ocupados pelo eucalipto, favorecendo:
– É salvaguardada a compartimentação da floresta em projetos de (re)arborização com eucalipto ou pinheiro-bravo, de modo a reduzir o risco de propagação de incêndio e promover a diversidade de espécies, entre outros aspetos, através da conservação, manutenção ou criação de corredores de vegetação ribeirinha com recurso a folhosas autóctones.
5 – Repensar o modelo de gestão das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF)
6 – Elaborar e aplicar os Planos Regionais de Ordenamento Florestal:
7 – Estimular a plantação de espécies autóctones e a gestão de áreas de elevado valor para a conservação, bem como a aplicação de modelos de pagamento dos serviços de ecossistema:
8 – Reforçar a prevenção com recursos a uma maior sensibilização das populações das áreas rurais com maior risco de incêndio, conforme já previsto na Estratégia Nacional para as Florestas:
9 – Manter a operacionalidade da rede de infraestruturas de apoio ao combate, bem com das entidades com responsabilidades na vigilância e combate a incêndios florestais sob orientação da Autoridade Nacional de Proteção Civil
10 – Adotar uma estratégia de adaptação às alterações climáticas às escalas municipal e nacional
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