Início » ZERO divulga ranking das empresas e setores com mais emissões de gases com efeito de estufa
EDP, Petrogal, Cimpor e TAP são as empresas portuguesas com maiores emissões de gases com efeito de estufa (GEE), sendo o transporte rodoviário e a produção de eletricidade os setores responsáveis por 46% das emissões. A ZERO analisou um conjunto de dados de diversas fontes[1] e elaborou o ranking das cinco principais empresas emissoras de GEE em Portugal, bem como os cinco setores responsáveis pela maioria das emissões.
Os dados são agora divulgados na véspera da entrada em vigor, nesta sexta-feira, 4 de novembro, do Acordo de Paris, um dos mais decisivos processos que se espera conduza, ao longo das próximas décadas, a uma redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) à escala global, evitando um aumento da temperatura superior a 1,5ºC em relação à era pré-industrial.
Os dados recolhidos e compilados pela ZERO referem-se ao relatório obrigatório de cada instalação abrangida pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), relativamente ao ano de 2015 (as denominadas emissões verificadas).
A tabela acima mostra o enorme peso das duas centrais de produção de energia elétrica a partir da queima de carvão (responsáveis por 19,1% do total de emissões de dióxido de carbono-equivalente CO2eq do país), e a urgência de as mesmas serem substituídas pelas centrais de ciclo combinado a gás natural, como recurso transitório e, a médio prazo, por fontes de energia renovável.
Estas centrais têm mecanismos para remoção de grande parte de determinados poluentes atmosféricos, mas tal não é possível em relação às emissões de dióxido de carbono (CO2). Dada a sua baixa eficiência na queima, têm uma emissão de cerca de 900 g/CO2eq. por cada quilowatt-hora (kWh) produzido. Para comparação é importante referir que uma central de ciclo combinado a gás natural emite 360 g CO2eq / kWh, assumindo zero emissões para as fontes renováveis como a hídrica, solar ou eólica.
A refinaria de Sines e uma das empresas da indústria cimenteira (a CIMPOR) ocupam respetivamente o 3º e 4º lugar. Enquanto a CIMPOR reduziu as emissões em 11,1% entre 2014 e 2015 devido, em grande parte, à crise no setor da construção, a refinaria de Sines aumentou 14,8%.
Surpreendentemente, é uma empresa do setor da aviação, a TAP, que ocupa já a 5ª posição. A aviação é um dos setores com maiores aumentos consistentes ao longo dos últimos anos, em todo o mundo, e Portugal não fica de fora desta tendência. No caso da TAP verificou-se um aumento de emissões de 4,7% entre 2014 e 2015. No total, estas cinco instalações representam aproximadamente 26,8% do total de emissões de GEE de Portugal (cerca de 64,5 milhões de toneladas/ano de dióxido de carbono-equivalente (CO2eq).
A ZERO analisou os setores específicos ou subsetores (isto é, detalhando os grandes setores como os transportes, a indústria ou a agricultura), através dos dados do último inventário de emissões de gases com efeito de estufa, entregue por Portugal à Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, relativo a 2014.
A tabela acima mostra, infelizmente sem surpresas, que é o transporte rodoviário o maior responsável por emissões de gases de efeito de estufa, seguido de muito perto pela produção de energia elétrica, resultado consistente com as duas instalações que estão no topo das empresas mais poluentes (as centrais termoelétricas de Sines e Pego). Segue-se um setor industrial muito problemático em termos de emissões, a indústria cimenteira, dada a própria natureza do processo de fabrico do cimento, os aterros por causa das emissões de metano não controladas e, por último, as emissões de metano dos herbívoros ruminantes no seu processo digestivo (em particular pelo gado bovino), em estreita relação com o consumo de carne. No total, estes cinco setores representam 63,3% das emissões de Portugal.
[1] https://www.apambiente.pt/_zdata/Inventario/Atual_20160708/NIR_global_20160527_UNFCCC.pdf, https://ec.europa.eu/clima/policies/ets/registry/documentation_en.htm
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