Energia solar descentralizada em edifícios
A conta de eletricidade é um dos grandes cuidados de quem gere uma casa. Quem nunca ouviu “apaga a luz!”? O preço de algo que é essencial à nossa vida e as suas flutuações não pode senão trazer preocupações às famílias. Em modo de solução, aparece o conceito de energia solar descentralizada. Mas o que é e será melhor para a carteira e para o ambiente? Eis as respostas, descomplicadas.
O que é?
A energia solar descentralizada em edifícios refere-se à energia gerada por sistemas fotovoltaicos instalados em edifícios residenciais, comerciais e industriais, e que é consumida localmente ou próximo da área de produção.
Quais as vantagens?
A energia solar descentralizada tem várias vantagens, ambientais e não só. Aqui estão algumas:
- Permite diminuir o peso nas famílias e empresas das contas de energia;
- permite que comunidades remotas ou de baixo rendimento tenham acesso a energia elétrica sustentável e mais barata;
- é mais eficiente, pois a produção está próxima do consumo, permitindo menos perdas de energia na rede;
- não requer ocupação de terrenos para a sua implantação (é feita em telhados e coberturas de edifícios já existentes);
- cria postos de trabalho locais, dinamizando a economia da região;
- tem menores custos de de rede, pois a energia não tem de ser transportada a longos distâncias;
- por ser distribuída, é mais resiliente em contexto de desastres naturais;
- é democrática, permitindo aos cidadãos serem agentes ativos na transição energética;
- os painéis arrefecem os edifícios e as casas, proporcionando interiores mais frescos e poupanças de energia no Verão;
- cria condições para a existência de um mercado mais concorrencial, sem o domínio das grandes empresas;
- envolve processos administrativos simplificados na implantação dos sistemas.
Qual o progresso em Portugal?
Em Portugal, apesar do crescimento do solar ser assinalável, em particular do descentralizado nos últimos anos, o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) objetiva para 2030 uma capacidade instalada de cerca de 15 GW em solar centralizado e somente 5 GW em descentralizado, um rácio muito desfavorável ao papel e potencial da energia solar em edifícios.
A ZERO defende que:
– A transição energética no sector da eletricidade será tanto mais rápida e eficaz quanto mais descentralizada, participativa e cooperativa for;
– Em Portugal, o potencial de aproveitamento de produção de energia nos telhados das casas e edifícios de habitação e serviços está a ser em larga medida a ser desperdiçado, quer a título individual, quer empresarial, quer comunitário;
– O crescimento da capacidade solar-fotovoltaica instalada é um fator positivo, incluindo a do solar centralizado, mas deve ser feita mantendo um equilíbrio apropriado entre solar centralizado e distribuído, de forma ser aproveitado o enorme potencial que as coberturas de edifícios no país têm, com todas as vantagens associadas.