Início » 24 de julho 2025 – Dia da Sobrecarga do Planeta à escala mundial tem lugar uma semana mais cedo
O dia da sobrecarga do planeta (Overshoot Day) assinala o dia em que a humanidade esgota todos os recursos biológicos que o planeta é capaz de regenerar num ano, operando em défice ecológico a partir desse momento. A partir daí torna-se necessário usar recursos naturais que só deveriam ser utilizados a partir de 1 de janeiro do ano seguinte, neste caso, 2026.
Este ano o uso do cartão de crédito ambiental começou cerca de uma semana mais cedo do que em 2024, ou seja, a 24 de julho.
Nos últimos anos a tendência tem sido de uma certa estagnação. Contudo, mesmo que o dia da sobrecarga não varie muito, a pressão sobre o planeta continua a aumentar, à medida que os danos causados pela ultrapassagem do limite ecológico se acumulam ao longo do tempo.
Este conceito revela de forma concreta como os modelos económicos atuais, baseados no uso insustentável de recursos naturais, crença num crescimento contínuo num planeta finito e o apelo constante ao consumo, pressionam os sistemas naturais além da sua capacidade de recuperação. Esta tendência é ameaça para as gerações presentes, mas, muito em particular, para os direitos e expectativas das gerações futuras.
O que os dados nos indicam é que a Humanidade tem de acelerar o passo e promover as mudanças necessárias de forma a reduzir o impacte que as suas atividades e necessidades têm sobre a capacidade de carga do planeta.
É urgente a tomada de consciência para a necessidade de alterar o paradigma de desenvolvimento no sentido de promover uma economia do Bem-Estar, que garante qualidade de vida para todos dentro do respeito pelos limites do planeta.
O desafio de acelerar a transição para a sustentabilidade está bem expresso no progressivo aumento do protagonismo do debate em torno das gerações futuras e dos seus legítimos direitos e expectativas. Vivemos um momento na História da Humanidade onde as estruturas e estratégias de resposta aos enormes desafios que se colocam, tendem a seguir padrões ultrapassados e repetitivos.
A Economia do Bem-Estar propõe um modelo em que a prosperidade não é definida apenas pelo crescimento do PIB, mas pela saúde ecológica, equidade social e bem-estar humano. A lógica desta economia é reorientar os sistemas produtivos e de consumo para respeitarem os limites planetários, assegurando simultaneamente a satisfação de necessidades básicas e a qualidade de vida de todas as pessoas. É um conceito que pode ser muito útil para reduzir a pressão ambiental até que o Dia da Sobrecarga seja deslocado para além de 31 de dezembro, através da reestruturação dos sistemas económicos para servirem as pessoas e a natureza, em vez de servirem apenas a lógica do lucro a curto prazo.
Um dos caminhos para concretizar esta nova abordagem passa pelo desenvolvimento de uma Lei que garanta que os direitos das gerações futuras e a defesa da justiça intergeracional são parte integrante do processo de decisão e a sua defesa um elemento estrutural na atuação das diferentes instituições públicas. Vários países estão a trabalhar neste sentido e em Portugal a ZERO, a Oikos e a Último Recurso estão a preparar uma proposta de Lei também com este intuito.
As agências da ONU e os organismos afiliados, que fornecem todos os dados para o cálculo do Dia da Sobrecarga fazem revisões regulares aos mesmos, o que pode levar a variações nas datas de ano para ano. Uma das principais revisões deste ano foi um ajustamento em baixa da capacidade de sequestro de carbono dos oceanos. Este facto, juntamente com uma Pegada Ecológica per capita ligeiramente superior e uma biocapacidade per capita ligeiramente inferior, fez com que o Dia da Ultrapassagem da Terra passasse a ser oito dias mais cedo do que em 2024. Sete desses oito dias devem-se às revisões de dados.
Tal como um extrato bancário dá indicação das despesas e dos rendimentos, a Pegada Ecológica avalia as necessidades humanas de recursos renováveis e serviços essenciais e compara-as com a capacidade da Terra para fornecer tais recursos e serviços (biocapacidade).
A Pegada Ecológica mede o uso de terra cultivada, florestas, pastagens e áreas de pesca para o fornecimento de recursos e absorção de resíduos (dióxido de carbono proveniente da queima de combustíveis fósseis). A biocapacidade mede a quantidade de área biologicamente produtiva disponível para regenerar esses recursos e serviços.
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