Início » Alterações climáticas – Emissões aumentam 7% em relação ao ano de 2014 para 2015
ZERO preocupada com inversão da tendência de decréscimo de emissões ao fim de 9 anos.
A ZERO analisou os dados de Portugal relativos às emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em 2015, disponibilizados há poucos dias pela Agência Portuguesa do Ambiente, e ficou preocupada com o aumento significativo de 7% entre 2014 e 2015. Desde 2005 que Portugal tinha vindo a reduzir as suas emissões a um ritmo médio de 3,4% por ano, sendo que, entre 2013 e 2014, a redução foi a mais baixa de todo o período, atingindo apenas -0,5%, e agora, entre 2014 e 2015, verifica-se um aumento de 7%. Portugal está ainda a 10% do objetivo mínimo de redução de emissões para 2030 estabelecido pelo Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020/2030.
Os principais fatores da redução verificada até 2014 tinham sido a crise económica e os investimentos estruturantes na produção de eletricidade a partir de fontes renováveis realizados nos últimos 15 anos.
Ano seco levou a maior produção de eletricidade nas centrais térmicas a carvão
Desde 1990, ano em que começaram a ser contabilizadas de forma sistemática as emissões de GEE, 2015 surge como o décimo ano de emissões mais reduzidas com um total de 68,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono-equivalente (CO2 eq), o que equivale aproximadamente a uma emissão de 7 toneladas por cada habitante no total do ano e corresponde a dar mais de uma volta à Terra sozinho de carro.
Efetivamente, Portugal está bastante dependente da eletricidade renovável produzida em barragens e o índice de produtibilidade hidroelétrica em 2015 foi de 0,64 (1,0 num ano médio). Neste contexto, entre 2014 e 2015 a produção hídrica diminuiu em 40% e tal foi compensado pela produção de eletricidade principalmente nas centrais a carvão de Sines e Pego, altamente emissoras de dióxido de carbono. Estas centrais foram preferidas em relação às centrais de ciclo combinado a gás natural (que apresentam menores emissões), dado o baixo preço do carvão e do dióxido de carbono, e que passaram assim de uma produção de 11 GWh em 2014 para 13,6 GWh em 2015, traduzindo-se num aumento global de emissões no setor da eletricidade de 29% entre os dois anos.
Mais medidas necessárias para evitar retrocesso
Apesar de haver grandes oscilações anuais associadas a um maior ou menor recurso a centrais térmicas, em particular a carvão, para a produção de energia elétrica, a ZERO considera que não se tem conseguido contrariar um maior do uso do automóvel. O setor do transporte rodoviário, particularmente devido ao transporte rodoviário individual, apresentou um aumento de emissões de 66% entre 1990 e 2014, tendo aumentado 1% entre 2014 e 2015.
Neste contexto, é fundamental a alteração, desde já, de várias políticas de energia e clima, particularmente nos setores de produção de energia elétrica e dos transportes, reforçando algumas medidas que garantam que Portugal continue na sua trajetória decrescente. Estas medidas passam por:
Metas têm de ser mais ambiciosas
De acordo com o Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020/2030, Portugal tem como objetivo alcançar valores globais de redução entre -18% e -23%, em 2020. Em 2030, a meta fixada está entre -30% e -40% (face a 2005). De acordo com os dados do inventário de emissões agora conhecidos, Portugal já reduziu as suas emissões em 20%, o que quer dizer que a meta mais ambiciosa para 2020 já foi cumprida e ultrapassada. Em relação à meta de 2030, Portugal está a 10% do objetivo mínimo (sem considerar as alterações de uso do solo). Estes resultados mostram que as metas podem e têm de ser mais exigentes para o objetivo de se atingir a neutralidade das emissões de carbono em 2050, ao nível nacional, como lecionado pelo atual Governo.
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