Início » Apelo à União Europeia: é preciso acelerar a eliminação das caldeiras e esquentadores a gás
Uma supressão gradual atempada das caldeiras e esquentadores a gás pouparia 8% das importações de gás na União Europeia (UE) e evitaria um aumento a longo prazo da fatura energética, de acordo com um estudo divulgado pelo Gabinete Europeu do Ambiente (European Environmental Bureau – EEB).
Numa carta enviada no dia 27 de outubro à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao vice-presidente executivo Frans Timmermans, mais de 20 organizações exigem a eliminação progressiva das caldeiras e esquentadores a gás ou outros combustíveis fósseis e a sua substituição generalizada por tecnologias bombas de calor, equipamentos a energia solar e, nos locais onde existe, aquecimento urbano central com base em renováveis.
Em maio passado, a Comissão Europeia anunciou que iria fazê-lo até 2029, como medida do plano REPowerEU, para reduzir a dependência do bloco do gás russo, mas os signatários da carta defendem que deve ser fixada para isso uma data anterior. Entre os signatários estão organizações não governamentais de ambiente, mas também fornecedores de energia, fabricantes de bombas de calor e produtores de energia solar. Os signatários exigem uma implementação maciça de tecnologias limpas que deveriam substituir as caldeiras e esquentadores a gás.
No ano passado, um relatório da Agência Internacional de Energia advertiu que a venda de novos equipamentos deste tipo deveriam ser proibidos mundialmente a partir de 2025.
O estudo agora divulgado, realizado pelo Öko-Institut, encomendado pelo EEB como parte da campanha Coolproducts, mostra que a eliminação progressiva do aquecimento ambiente e de águas sanitárias a combustíveis fósseis até 2025 na UE poderia permitir uma redução maciça de 320 TWh no consumo de gás no sector residencial, correspondente a 8% do total das importações de gás da União em 2020, e uma poupança total de emissões de gases com efeito de estufa de 75 Mt de CO2eq até 2030.
A dimensão do mercado das bombas de calor e o caminho português
De acordo com os números da Associação Europeia de Bombas de Calor, as vendas destes equipamentos cresceram 34% na Europa em 2021, um recorde histórico. Nesse ano foram vendidas em 21 países cerca 2,18 milhões de unidades de bombas de calor, quase 560.000 a mais do que em 2020. Deste modo, temos um aumento no número total de bombas de calor instaladas na UE para 16,98 milhões, cobrindo cerca de 14% do mercado do aquecimento. Portugal é o quinto país da UE com mais bombas de calor instaladas, conforme o Barómetro das Bombas de calor 2020 realizado pelo EurObserv’ER. Mas os fabricantes de aparelhos de aquecimento sustentável estão a dar passos significativos para satisfazer esta grande procura por estes aparelhos, fazendo os investimentos necessários.
A realidade portuguesa apresenta as suas particularidades, mas sempre que for possível, mesmo nas habitações antigas, a substituição deve ser feita sempre que é necessário renovar os equipamentos. Contudo, para certas tecnologias pode ser necessário espaço de instalação não existente, embora tendencialmente a rápida evolução tecnológica apresente soluções para os mais diversos casos.
Se for permitida a instalação de esquentadores/caldeiras a gás após 2025, a Europa dificilmente atingirá a neutralidade climática em 2050 e os líderes da União Europeia simplesmente faltarão à sua promessa. O mesmo se aplica a Portugal individualmente. Já existem soluções de aquecimento limpas, e os governos devem dar-lhes um impulso decisivo, sendo uma mera questão de vontade política.
Para a ZERO, a proibição da venda de novos esquentadores/caldeiras a combustíveis fósseis é um grande passo para garantir a descarbonização das nossas casas e dos edifícios públicos, e o governo português deve claramente apontar para uma retirada progressiva destes equipamentos do mercado ao longo dos próximos três anos, até 2025.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |