ECF Indústria

O projeto ECF Indústria, financiado pela European Climate Foundation entre fevereiro de 2025 e janeiro de 2026, tem como objetivo principal promover “Uma transição industrial verdadeiramente limpa, sustentável e justa em Portugal, dando prioridade à eletrificação com base em energias renováveis”.

A indústria é responsável, atualmente, por cerca de um quarto do total das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal, sendo os principais contribuintes as refinarias, o cimento, vidro, cerâmica, entre outras. 

Portugal é um líder europeu na ação climática, tendo aprovado a sua Lei de Bases do Clima em dezembro de 2021 que se alinha com o Pacto Ecológico da UE e estabelece objetivos ambiciosos, mas ainda insuficientes, como alcançar a neutralidade carbónica até 2045. A lei, incorporada no mais recente Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) em outubro de 2024, enfatiza a redução das emissões, a expansão das energias renováveis e a resiliência climática. 

Com um potencial substancial de energia solar e eólica, Portugal já eliminou as centrais elétricas a carvão, tem vindo a reduzir de forma substancial o consumo de gás par a produção de eletricidade. Por outro lado, as energias renováveis representem 70% do consumo de eletricidade em 2024, com um objetivo de 93% até 2030. Estes progressos deverão permitir que a produção de hidrogénio seja classificada como verde ao abrigo das orientações da UE, embora subsistam desafios importantes que a ZERO irá analisar ao longo deste projeto.

Os objetivos específicos são:

1. Defender uma indústria limpa em Portugal em que o hidrogénio tenha um papel verdadeiramente sustentável e que a Estratégia Nacional para o Hidrogénio seja revista e enquadrada por uma Estratégia Industrial Verde, prevista na Lei de Bases do Clima;
2. Defender a produção e utilização eficiente do biometano em Portugal, que tenha em conta os limites dos ecossistemas;
3. Promover a eliminação progressiva do gás fóssil na indústria, dando prioridade à eletrificação e, se for caso disso, aos gases renováveis;
4. Assegurar que a rede elétrica não funciona como um estrangulamento para a descarbonização da indústria;
5. Integração sustentável da energia eólica offshore e sinergias com a cadeia industrial existente e a desenvolver em território nacional;
6. Transição justa na indústria, identificando os sectores em risco de obsolescência e aqueles onde existam novas oportunidades no âmbito da transição energética, garantido que os processos se fazem com a participação dos atores sociais envolvidos e sem perda de direitos e de rendimentos;
7. Contribuir para uma abordagem europeia em matéria de gases renováveis que tenha em conta o uso eficiente de hidrogénio e o necessário reequilíbrio da paisagem industrial europeia.

As atividades da ZERO centram-se em contribuir para os principais processos definidores das práticas e políticas industriais, no sentido de promover a sustentabilidade e a descarbonização. Isto inclui a participação ativa em consultas públicas, o envolvimento das partes interessadas através de reuniões com decisores políticos, representantes da indústria, atores sociais e congéneres europeias. 

A ZERO pretende defender a eletrificação, a produção sustentável de hidrogénio e biometano e os investimentos nas redes elétricas alinhados com o progresso do cumprimento das metas para as energias renováveis. Ao mesmo tempo, a ZERO opõe-se ao desenvolvimento de novas redes de gás para a expansão de novas áreas industriais ou para o projeto H2Med.

São também utilizados comunicados de imprensa, workshops e campanhas públicas para disseminar mensagens-chave, aumentar a consciencialização e promover a colaboração entre as partes interessadas para acelerar a descarbonização de sectores difíceis de eletrificar, como o cimento, o aço ou o vidro.