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Os gases fluorados (F-gases) são substâncias químicas sintéticas, amplamente utilizadas em aplicações industriais, comerciais e domésticas, sobretudo em sistemas de refrigeração e climatização, como ar condicionado e bombas de calor, mas também em espumas isolantes, equipamentos de combate a incêndios e dispositivos médicos.
Foram introduzidos como substitutos dos clorofluorocarbonetos (CFC) e hidroclorofluorocarbonetos (HCFC), cuja eliminação progressiva foi definida pelo Protocolo de Montreal, devido aos seus efeitos destrutivos na camada de ozono. Embora não causem este tipo de dano, os F-gases – em especial os hidrofluorocarbonetos (HFC), os perfluorocarbonetos (PFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6) – têm um potencial de aquecimento global (PAG) muito elevado. Ou seja, mesmo em pequenas quantidades, retêm muito mais calor na atmosfera do que o dióxido de carbono (CO2) contribuindo significativamente para as alterações climáticas.Por exemplo, o SF6 tem um PAG de 24.300, ou seja, tem um efeito de estufa 24 mil vezes mais potente que o CO2.
A introdução dos F-gases representou um avanço na protecção da camada de ozono, mas criou novos desafios climáticos. Por isso, ao longo dos anos, foram surgindo regras e regulamentos internacionais e europeus para limitar o seu uso e promover alternativas mais sustentáveis. A linha do tempo abaixo destaca os principais marcos desta evolução, desde os primeiros alertas até ao novo regulamento europeu de 2024 (ver Documentação):
Com o Protocolo de Montreal e as sucessivas Emendas que lhe seguiram, uma lição é evidente: as alternativas que encontrarmos têm que ser seguras a todos os níveis, tanto para o clima como para a saúde humana. Este é um exemplo paradigmático de como os problemas ambientais devem ser encarados de forma holística – falamos de Saúde Planetária, para TODOS!
Numa sociedade extraordinariamente dependente de sistemas de climatização e refrigeração (basta pensarmos no sistema alimentar que nos serve ou na sensível distribuição de medicamentos) a indústria e a ciência têm desenvolvido esforços para encontrar alternativas. Neste contexto, traçaram-se dois caminhos principais para responder a este desafio: um baseado em novas gerações de químicos sintéticos; outro, designado de “alternativo”, mas que é, na verdade, um regresso às origens dos processos de refrigeração, recorrendo a substâncias que existem naturalmente no nosso planeta e que, por isso, são apelidadas de “naturais”.
Embora ambos os caminhos permitam reduzir o impacto dos sistemas de refrigeração e climatização, acarretam também novos desafios, de natureza distinta. Ambos implicam maior perigosidade no manuseamento, pois são mais instáveis que os predecessores – ora por serem inflamáveis, ora por serem tóxicos localmente se inalados. Mas, no entanto, as novas gerações de químicos sintéticos apresentam ainda um risco silencioso e alarmante: podem degradar-se precisamente nas substâncias que vieram substituir, ou originar substâncias persistentes como o ácido trifluoroacético (TFA), que se acumula em solos e águas. Estas substâncias pertencem à família dos PFAS, conhecidos como “químicos eternos” pela sua resistência à degradação e pelo seu potencial impacto tóxico no ambiente e na saúde humana, incluindo problemas hormonais, efeitos no sistema imunitário, no fígado e aumento do risco de alguns cancros.
As alternativas ditas “naturais”, embora também apresentem uma natureza instável, são consideradas seguras e sustentáveis quando apoiadas por tecnologia de ponta, estando já amplamente presentes na Europa. Graças a uma regulamentação ambiciosa que impulsionou o mercado nessa direção, a União Europeia (UE) é líder mundial nesta transição. Entre as principais alternativas naturais de refrigeração, destacam-se o próprio CO2, o propano (R290) e o amoníaco (NH3).
Descobre mais sobre estas alternativas naturais e desmistifica os principais mitos associados.
A ZERO defende a eliminação progressiva dos gases fluorados e a promoção do uso de alternativas naturais, seguras e eficientes. Desde 2016, a associação colabora com a EIA – Environmental Investigation Agency no acompanhamento da aplicação da legislação europeia, incluindo o novo Regulamento (UE) 2024/573, que acelera a transição para soluções mais sustentáveis e impõe restrições mais rigorosas à colocação dos F-gases no mercado.
Explora todos os recursos e documentação sobre este tema, ou entra em contacto se quiseres saber mais ou colaborar com a ZERO nesta missão: refrescar o futuro, naturalmente! #bbyeFgases
Contacto: FGas@zero.ong
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