Início » Autoridades desconhecem produção e consumo de produtos biológicos em Portugal
Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica está em consulta pública até 12 de abril
No momento em que decorre o processo de consulta pública da Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica, a ZERO analisou o documento que entre outros objetivos estabelece um incremento de 50% do consumo de produtos biológicos e propõe triplicar a disponibilidade de produtos biológicos nacionais no mercado. Porém, constata-se que as autoridades desconhecem o que é produzido e o que é consumido em Portugal de produtos biológicos, para além de se verificar que esta é uma área onde estamos ainda longe de possuir dados estatísticos fiáveis.
Uma crónica ausência de dados
Em primeiro lugar, a ZERO considera que, embora o documento disponibilizado pelo Ministério da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural (MAFDR) possua um diagnóstico vasto, existem demasiadas lacunas de conhecimento que fragilizam muito a proposta em discussão pública.
Tendo em consideração que a ambição do MAFDR é aprovar uma estratégia que tenha um horizonte de longo prazo, isto é, de 10 anos, a ausência de alguns dados estatísticos relevantes sobre a realidade da produção e consumo de produtos biológicos, que poderia e deveria ter sido resolvida com um trabalho estruturado por parte dos intervenientes no processo, fragiliza muito o documento.
Está em causa a carência de dados relativos à produção vegetal, apesar de a legislação comunitária obrigar à comunicação anual dos dados, a inexistência de dados que poderiam ser obtidos de forma simples como os preços/cotações dos produtos agrícolas produzidos em modo de produção biológico (MPB) que chegam ao mercado (porque já existe um Sistema de Informação de Mercados Agrícolas em funcionamento para os produtos da agricultura convencional) e a omissão completa sobre o que se passa ao nível da comercialização dos produtos aos consumidores.
Superficialidade na abordagem de aspetos importantes
Os outros aspetos que a ZERO identificou como críticos são a falta de análise aos investimentos subsidiados por fundos comunitários e nacionais, no período de 2007 a 2013, no âmbito do quadro comunitário anterior (PRODER), a fraca abordagem das matérias do controlo da produção biológica efectuado pelas entidades acreditadas, uma matéria decisiva para gerar a confiança dos consumidores, ou ainda uma abordagem muito incipiente do que é feito em Portugal em matéria de investigação e demonstração.
No que diz respeito ao Plano de Acção, constata-se que o documento não teve uma elaboração cuidada na disponibilização da informação, já que não são referidos quaisquer prazos para executar as acções previstas, não é alocado qualquer financiamento para executar a Estratégia, e muito menos se sabe qual a origem do mesmo, situação que parece evidenciar que o MAFDR e o Governo subscrevem as ideias mas não assumem qualquer compromisso sério com a sua execução.
As recomendações da ZERO
Neste contexto, a ZERO recomenda algumas alterações que poderão melhorar o documento:
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