Em 10 segundos
Modelo de organização socioeconómica focada na satisfação das necessidades humanas e na criação de efetivo bem-estar – numa lógica inclusiva, participativa e justa – e em pleno respeito pelos limites do planeta.
Apresenta-se como alternativa ao modelo de desenvolvimento predominante, assente no objetivo do crescimento contínuo, que resulta em claras consequências negativas diretas na sociedade – desigualdade crescente, insegurança, desrespeito pelos direitos humanos – e no ambiente – crise climática, esgotamento dos recursos, perda de biodiversidade.
A ideia da Economia do Bem-Estar é romper com este ciclo onde as consequências negativas do crescimento são muitas vezes apontadas como a razão para, não apenas manter, mas intensificar o modelo (por exemplo garantir o financiamento das despesas sociais, muitas delas ligadas a situações de desigualdades, ou o combate à poluição).
Zoom ZERO
A ZERO faz parte da rede europeia da Wellbeing Economy Alliance (WEAll) e tem vindo a trabalhar no desenvolvimento desta visão em Portugal, mas também em parceria com organizações de Espanha, no âmbito do HUB Ibérico da WEAll.
Na ótica da ZERO, promover uma Economia do Bem-Estar em Portugal pode e deve ser um objetivo nacional, acompanhando o trabalho que países como a Escócia já estão a desenvolver. O Pacto Ecológico Europeu, com a sua nova visão para a União Europeia, surge como uma oportunidade que deve ser aproveitada para alavancar esta mudança.
Neste contexto, a ZERO promoveu um ciclo de reflexão envolvendo diferentes stakeholders da sociedade portuguesa na co-construção de uma visão de futuro partilhada para Portugal em 2040 na lógica da Economia de Bem-Estar.
“Em 2040, queremos que Portugal seja um país no qual todos possam viver vidas saudáveis e realizadas, independentemente de quem sejam ou de onde vivam e onde as decisões são participadas, inclusivas e transparentes. Que as pessoas vivam dignamente, conectadas e em harmonia com a natureza, reconhecendo e respeitando as interdependências e os limites. Que haja um sentido de comunidade, prosperidade e coesão em todas as regiões e respeito entre todos (gerações presentes e futuras) no nosso território e além-fronteiras.”
Quanto a próximos passos sobre este tema, a ZERO procurará estimular o debate a nível nacional sobre a relevância do conceito de Economia do Bem-Estar para Portugal, tendo como objetivo último que Portugal integre esta visão como orientadora das políticas públicas em Portugal.
O que posso eu fazer?
Um dos pilares essenciais da Economia do Bem-Estar é o empoderamento dos cidadãos, maior participação e criação de comunidades mais fortes e interligadas.
Neste sentido, todos os cidadãos têm um papel essencial a desempenhar.
- Na forma como votamos: valorizando decisores políticos que partilhem esta visão, desde logo presente no discurso político, não excessivamente assente na lógica economicista do crescimento económico, mas integrando indicadores de Bem-Estar.
- Na forma como exercemos a cidadania no dia a dia: seja individualmente, seja integrados em comunidades, seja por via associativa: é necessário exigir mais mas é necessário também envolvermo-nos mais na criação e implementação de novas soluções que promovam o Bem-Estar coletivo.