Energia Renováveis VS Natureza
Foi apresentado, em Junho de 2023, a versão preliminar do Plano Nacional de Energia e Clima que prevê que até 2030, 85 por cento da eletricidade consumida em Portugal seja de fontes de energia renováveis. Apesar de positivo, este número poderia significar uma maior redução das emissões de gases com efeitos estufa, se não fosse o facto de esta mudança se dever sobretudo a novos investimentos e à produção de hidrogénio verde e não à substituição do uso de combustíveis fósseis por fontes renováveis, como seria desejável. Assim sendo, será a aposta em renováveis uma boa solução no combate às alterações climáticas?
Posição ZERO
No que respeita ao sector energético, a ZERO considera fundamental combater a pobreza energética em Portugal e melhorar a eficiência energética dos edifícios.
O uso de combustíveis fósseis nos setores residencial, industrial e de mobilidade deve ser substituído por energias renováveis que obedeçam a um princípio de eficiência. Ou seja, deve-se priorizar o solar térmico nos setores doméstico e industrial.
Além disso, as áreas de implantação para projetos de centrais solares ou eólicas devem ser definidas de forma rigorosa, respeitando o ambiente. Mesmo nas áreas consideradas mais adequadas, devem-se estabelecer limites a estes projetos e exigir que estes adotem medidas de minimização dos impactos ambientais causados.
Então, no combate às alterações climáticas, deveremos investir nas energias renováveis?
Sim, mas não a qualquer custo. Não podemos continuar a investir (mesmo que ainda pouco) nas energias renováveis sem pensar naquilo que se destrói.
Neste sentido, a nova produção de eletricidade renovável no país deve considerar:
– Promover a substituição de uso de combustíveis fósseis nos setores residencial, industrial e mobilidade
– Ter por base princípios de eficiência (prioridade deve ser a eletrificação e a
indústria e não a injeção de hidrogénio na rede de gás natural ou a sua exportação)
– Definir rigorosamente áreas de implantação para projetos de centrais solares ou eólicas que respeitem princípios ambientais e sociais (paisagem, áreas naturais classificadas, etc.)
– Estabelecer limites à dimensão e integração de características de minimização de impactes dos projetos de energia renovável, mesmo nas áreas consideradas mais adequadas.