Mitos da compostagem

A compostagem é o método mais sustentável de gestão dos biorresíduos. Então porque não é assim tão comum? Eis alguns mitos (falsos) sobre a compostagem que leva muitos de nós a evitá-la.
Mito: A Compostagem cheira mal
Verdade: Uma pilha de compostagem bem operada não cheirar mal.
Explicação: A compostagem é um processo biológico aeróbio, ou seja, que necessita de oxigénio/ar. A presença de maus odores geralmente indica que a compostagem tem pouco arejamento e/ou está desequilibrada, com muito material verde húmido (ex.: restos de vegetais, cascas de fruta, alimentos cozinhados etc.) e pouco material seco. Uma dica: a maior parte dos eventuais problemas da compostagem (ex.: maus odores, mosquitos/moscas etc.) resolvem-se com um revolvimento e, de seguida, tapar com material seco (estilha de madeira, folhas secas etc.).
Mito: Só quem tem quintal pode fazer compostagem
Verdade: É possível fazer compostagem mesmo a viver num apartamento.
Explicação: Existem compostores domésticos compactos, inclusive com minhocas (vermicompostagem), ideais para espaços pequenos. Alguns modelos cabem facilmente numa varanda ou até debaixo do lava-loiça.
Mito: Só alguns tipos de restos alimentares podem ser colocados no compostor doméstico ou comunitário.
Verdade: Todos os resíduos biodegradáveis podem ser sujeitos à ação de decomposição dos microrganismos do processo de compostagem.
Explicação: Mesmo a carne, peixe, lacticínios e alimentos muito gordurosos podem ser compostados sem problemas, desde que o processo de compostagem seja bem operado! Aliás, vão ajudar a obter temperaturas elevadas no processo de compostagem que vão matar os microrganismos patogénicos e a morte de sementes de plantas daninhas. Assim, deve colocar TODOS os biorresíduos (de preparação e consumo de refeições, incluindo carne, peixe, mesmo os ossos/espinhas, alimentos cozinhados, citrinos, cascas de frutos secos etc), cobrir com material estruturante/castanhos (folhas secas, estilha de madeira etc., ou seja, material lenhoso seco e de pequenas dimensões) em igual proporção de volume dos biorresíduos colocados. Na próxima vez que for colocar mais biorresíduos deve revolver bem a camada anterior (isso vai servir de arejamento), adicionar água (regar se necessário), e repetir o processo de tapar com material estruturante.
Mito: A compostagem dá muito trabalho
Verdade: A manutenção é simples e rapidamente se torna um hábito.
Explicação: Depois de instalado o sistema, basta ir adicionando os resíduos e manter o equilíbrio entre matéria seca e húmida, fazer revolvimentos para arejar e regar sempre que necessário. Alguns minutos por semana são suficientes.
Mito: Fazer compostagem doméstica não tem impacto no ambiente
Verdade: A compostagem doméstica tem um impacto ambiental muito positivo.
Explicação: Ao compostar existe uma redução de custos económicos e ambientais relacionados com a recolha, transporte e destino final dos biorresíduos, que se for parar aos aterros libertam metano — um potente gás com efeito de estufa. Além disso, o composto final pode ser utilizado como adubo natural para jardins ou hortas. O composto também tem a função de sequestra carbono no solo.
A ZERO defende que:
– A compostagem doméstica e comunitária é uma ferramenta essencial para a gestão sustentável dos biorresíduos, que representam cerca de 40% dos resíduos urbanos em Portugal. Enquanto fonte sustentável de fertilizante e de adição de matéria orgânica ao solo, é uma solução que reduz significativamente o desperdício e a emissão de gases de efeito estufa. É, por isso, um dos melhores caminhos para a redução e aproveitamento dos resíduos.
Saber Mais:
– https://devolveraterra.zero.ong/