Início » Ministério do Ambiente corrige posição e dá razão à ZERO na descarga de amianto em aterros
Agência Portuguesa do Ambiente permitiu a descarga de amianto em células de aterros de resíduos não perigosos que recebem resíduos biodegradáveis durante mais de dez anos, mas vem agora afirmar que tal é ilegal.
A ZERO alertou em 2 de outubro de 2019 para o facto de estar a ser permitida a colocação de amianto em células de aterros para resíduos não perigosos que também recebem resíduos biodegradáveis (resíduos orgânicos), apesar da legislação (DL n.º 183/2009), no seu Artigo 34º, o proibir expressamente devido ao perigo de libertação de fibras de amianto para a atmosfera decorrente da mistura do amianto com resíduos biodegradáveis.
O Ministério do Ambiente emitiu, na altura, um comunicado, desmentindo o alerta da ZERO e garantindo que os resíduos de amianto estavam a ser depositados “cumprindo todas as regras, usando as melhores técnicas, e de acordo com a lei” *.
No entanto, e na sequência da insistência da ZERO junto da Secretaria de Estado do Ambiente, o Ministério, apesar de ainda não ter respondido às questões colocadas pela associação, acabou por reconhecer a existência de ilegalidades, uma vez que as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento regional (CCDR) têm estado a contactar os responsáveis pelos aterros de resíduos não perigosos, informando-os que já não podem colocar resíduos com amianto em células de aterros que também recebam resíduos biodegradáveis.
Com efeito, nessas comunicações as CCDR referem expressamente que: “Atendendo a que o aterro receciona resíduos biodegradáveis e que existe, apenas, uma célula em exploração, face ao estabelecido na alínea c) do n.º 2 do artigo 34.º do Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de agosto, na sua atual redação não podem ser rececionados resíduos de amianto.”
Agência Portuguesa do Ambiente autorizou durante mais de 10 anos a gestão ilegal de resíduos de amianto
A principal conclusão que se pode extrair desta decisão do Ministério do Ambiente é o reconhecimento oficial de que, desde a publicação da legislação sobre os aterros em 2009, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tem permitido a descarga ilegal de resíduos de amianto em aterros de resíduos não perigosos.
Portugal tem estado, assim, desde 2009, em incumprimento da Diretiva sobre Aterros, criando situações de real perigo para a saúde pública devido ao risco de libertação de fibras de amianto decorrente da colocação de resíduos de amianto em células de aterros que não estavam preparadas para os receber.
Face a esta falha gravíssima de funcionamento da APA, a qual se prolongou durante um tão longo período de tempo, a ZERO considera fundamental que o Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática apure responsabilidades sobre a forma como este organismo público lidou com esta situação.
E agora, o que fazer?
Para além de impedir a continuação das ilegalidades e de apurar as responsabilidades pela falha da APA, o grande desafio que agora existe para o Ministério é saber onde colocar os milhares de toneladas de resíduos de amianto que estão, e bem, a ser removidos dos edifícios públicos e privados.
É que, com este esclarecimento sobre a legislação, neste momento só existe a possibilidade de colocar resíduos de amianto nos Centros de Tratamento de Resíduos Perigosos (CIRVER) que estão instalados na Chamusca, tornando-se assim bastante oneroso encaminhar para este destino resíduos de amianto removidos em zonas muito distantes.
Em relação a esta questão, a ZERO considera que o Ministério deveria trabalhar junto dos aterros de resíduos não perigosos no sentido de estas empresas instalarem, o mais breve possível, pavilhões cobertos para armazenamento temporário destes resíduos (que estão envoltos em plástico) e simultaneamente iniciarem o processo de licenciamento de novas células, onde não sejam colocados resíduos biodegradáveis, e que poderiam assim receber os resíduos de amianto entretanto armazenados.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |