Início » Carrinhas elétricas a postos para descarbonização e melhoria da qualidade do ar
Neste Dia Internacional do Ar Limpo para um Céu Azul, instituído pela Organização das Nações Unidas para destacar a importância da qualidade do ar para a saúde humana e para o planeta, a ZERO vem relembrar que os veículos ligeiros de mercadorias são responsáveis por aproximadamente 14% das emissões de óxidos de azoto (NOx) nas cidades europeias e cerca de um quinto de todas as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) do transporte rodoviário em Portugal. A eletrificação deste setor será, por isso, fundamental, não apenas pela necessidade de melhorar a qualidade do ar urbano, atualmente muito aquém das recomendações da Organização Mundial de Saúde, mas também por uma questão de urgência climática.
Um estudo realizado pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E) e pela Clean Cities Campaign (Campanha Cidades Limpas), das quais a ZERO faz parte, divulga que até 2026 haverá mais modelos de carrinhas elétricas disponíveis do que as versões a combustão, e que até 2027 as carrinhas elétricas deverão ser mais baratas de adquirir do que as suas equivalentes a gasóleo. Estima-se que entre 2025 e 2030 sejam vendidas 3,9 milhões de carrinhas elétricas na União Europeia (UE) e no Reino Unido, o que é mais que suficiente para propiciar que todas as 27 capitais da UE e Londres implementem Zonas de Zero Emissões (ZZE) para transporte de mercadorias.
O mesmo estudo também prevê que o mercado de carrinhas elétricas vai crescer rapidamente. A partir de 2026, os compradores poderão escolher entre mais modelos elétricos do que modelos a combustão interna (48 vs. 46 modelos).
Segundo o estudo, em média, as carrinhas usadas para entregas de bens percorrem em média 193 km por dia para entregas entre empresas (B2B) e 254 km para entregas ao consumidor final (B2C). No final de 2024, já havia pelo menos 23 modelos disponíveis com autonomia superior a 250 km, o que demonstra que os modelos disponíveis já conseguem cobrir as necessidades de quilometragem diárias. Por isso, no entender da ZERO, não há desculpa para que os legisladores europeus não optem por metas ambiciosas de eletrificação das frotas corporativas.
De acordo com dados recentemente recolhidos pela T&E, mais de 80% dos veículos novos vendidos no nosso país, onde se inclui a esmagadora maioria dos ligeiros de mercadorias, são comprados por empresas que adquirem principalmente veículos fabricados na Europa – mais de 70% –, oferecendo assim oportunidades de promoção da atividade económica no continente europeu. No caso de Portugal, o país pode beneficiar do facto de produzir no seu território, desde 2024, veículos ligeiros de mercadorias 100% elétricos, além da vasta gama de fornecedores na indústria da mobilidade – dos moldes aos têxteis técnicos, passando pela metalomecânica e componentes elétricos e eletrónicos.
Em Portugal, a transição para frotas de veículos elétricos está a ganhar impulso, com o número de veículos elétricos ligeiros a crescer de forma expressiva. Segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), nos primeiros sete meses deste ano, 10% de todos os ligeiros de mercadorias vendidos eram 100% elétricos, o que contrasta com uma percentagem de pouco mais de 7% registada em todo o ano passado.
Os incentivos à aquisição de veículos ligeiros de mercadorias 100% elétricos foram pela primeira vez previstos no Orçamento do Estado de 2025, mas cifraram-se em apenas três milhões de euros, em contraste com dez milhões de euros para ligeiros de passageiros. A ZERO relembra que cada euro público investido na eletrificação de veículos ligeiros de mercadorias representa uma aplicação muito mais eficaz dos recursos do que na eletrificação de veículos ligeiros de passageiros, já que se trata de veículos de elevada utilização (que percorrem mais de 50.000 km por ano), e que percorrem muitos mais quilómetros que os veículos ligeiros de passageiros. Por isso, para maximizar o impacto na redução de emissões, os incentivos para veículos ligeiros de mercadorias elétricos devem aumentar significativamente no Orçamento do Estado de 2026 e serem também dirigidos à criação de áreas exclusivas de carregamento. Estes veículos têm um papel central no transporte de mercadorias e na logística urbana, e a sua eletrificação trará benefícios ambientais e económicos substanciais.
A ZERO apela ao governo português para que reformule o esquema de incentivos, assegurando que este favoreça veículos comerciais que têm um impacto ambiental desproporcionalmente elevado devido à sua utilização frequente e intensiva.
As ZZE, onde apenas se permite a circulação através da mobilidade ativa e de veículos sem emissões, estão a ganhar popularidade na Europa como uma solução para combater a poluição do ar e reduzir o congestionamento. Atualmente, ao nível da UE e Londres, já estão planeadas 35 ZZE para a década de 2030, com 19 a entrar em vigor já em 2025. A maioria das ZZE está concebida como zonas de transporte de mercadorias com emissões zero, o que significa que as carrinhas elétricas irão assumir, cada vez mais, um papel central nas ruas das cidades.
A ZERO apela à criação urgente de ZZE em Portugal – onde atualmente não existem –, como uma medida fundamental para melhorar a qualidade do ar e reduzir a poluição sonora e incentivar o crescimento da adoção de carrinhas de transporte de mercadorias elétricas.
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