Início » Época balnear de 2025 com menos interdições de praias
A ZERO efetuou uma avaliação dos resultados relativos à qualidade das águas balneares na presente época balnear, disponibilizados para consulta através dos pontos de situação mensais efetuados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pela Direção Geral de Saúde (DGS) para as águas balneares de Portugal Continental, para além da informação presente no Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (http://snirh.apambiente.pt) e veiculada pelo site infoagua.apambiente.pt, e comparou com a situação verificada na época balnear passada de 2024.
Existem atualmente 673 águas balneares cuja monitorização é reportada, com um número limitado de praias a revelarem problemas. No que respeita a Portugal Continental, onde existem 526 águas balneares, entre maio e julho de 2025, registaram-se 34 desaconselhamentos de banhos, mais três que em 2024, 21 dos quais devido a contaminação microbiológica, afetando um total de 27 águas balneares. Nestas zonas balneares em que se verificou contaminação microbiológica, houve ultrapassagem dos limites fixados tecnicamente a nível nacional relativamente a pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais). Apenas para Portugal Continental e para o mesmo período, verificaram-se 17 interdições a banhos declaradas pelas Autoridades de Saúde, praticamente metade do verificado no mesmo período em 2024, 14 por contaminação microbiológica e duas por presença de Salmonela, abrangendo um total de 16 praias, cerca de metade das 31 com problemas idênticos no ano passado. Na Região Autónoma da Madeira, há ausência de dados das últimas semanas no Sistema de Informação, mas verificaram-se até agora pelo menos duas situações de desaconselhamento de banhos. No caso dos Açores, os dados disponíveis apontam para a ausência de quaisquer restrições. No mês de agosto, já se verificaram 13 situações de desaconselhamento ou proibição de banhos, cinco das quais comprovadamente devido a contaminação microbiológica.
Águas balneares afetadas por desaconselhamentos de banhos entre maio e julho em Portugal Continental:
N.º praias afetadas por desaconselhamentos | N.º desaconselhamentos | N.º desaconselhamentos contaminação microbiológica | N.º desaconselhamentos por precaução | |
Maio | 3 | 3 | 0 | |
Junho | 13 | 8 | 5 | |
Julho | 18 | 10 | 8 | |
Total | 27 | 34 | 21 | 13 |
Águas balneares afetadas por interdições de banhos entre maio e julho em Portugal Continental:
N.º praias afetadas por interdições | N.º interdições | N.º interdições por contaminação microbiológica | N.º interdições por salmonela | N.º interdições por precaução | |
Maio | 0 | 0 | 0 | 0 | |
Junho | 2 | 2 | 0 | 0 | |
Julho | 15 | 12 | 2 | 1 | |
Total | 16 | 17 | 14 | 2 | 1 |
A praia que apresentou maior número de situações de água imprópria para banhos foi a de Matosinhos com três situações de desaconselhamento ou proibição de banhos e uma situação de interdição durante praticamente duas semanas. Os problemas que também afetaram a água balnear de Angeiras Norte também no concelho de Matosinhos, onde se verificou um período de desaconselhamento de banhos e também de interdição da praia, conduziram a que este concelho fosse aquele onde foram identificados maiores problemas de qualidade da água no país.
A situação verificada na praia da Nazaré, onde uma descarga associada ao sistema de saneamento conduziu à hospitalização de mais de 100 pessoas, é um claro alerta para que as entidades responsáveis façam um maior esforço para evitar este tipo de riscos de contaminação de praias próximas. No caso das praias de Angeiras Norte em Matosinhos e de Labruje em Vila do Conde, e de acordo com a APA, foram descargas industriais no rio Onda que viria a afetar praias adjacentes à foz, mostrando quão importante é a fiscalização e cumprimento de regras por parte das empresas no que respeita às águas residuais. Por último, os desaconselhamentos verificados nas praias de Alagoa – Altura e Praia Verde, ambas no concelho de Castro Marim – mostram que é necessário, apesar do já enorme esforço de amostragem à escala nacional, complementá-lo com amostras extra, dado que nestas e noutras praias com uma baixa frequência de recolha de amostras pelo historial de excelente qualidade, pode haver episódios de poluição não detetados.
A ZERO reconhece o esforço da APA em ter mais informação disponível ao público, nomeadamente através do novo site infoagua.apambiente.pt, mas continua a faltar informação facilmente consultável no Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos.
Por último, a ZERO considera que os pontos de situação mensais feitos pela APA e pela DGS devem ter uma escala nacional, incluindo as Regiões Autónomas, e deve haver uma maior coerência de critérios entre as entidades ambientais de saúde porque há praias que são desaconselhadas e a banhos, mas não interditadas, e outras que em que essa interdição tem logo lugar, isso em episódios de contaminação semelhantes.
Da análise dos dados efetuada pela ZERO, é importante refletir sobre vários aspetos:
Total de desaconselhamentos e interdições de águas balneares em 2025 – maio a julho:
Categoria | N.º desaconselhamentos | N.º interdições | Total |
Costeira | 21 | 8 | 29 |
Interior | 15 | 7 | 22 |
Transição | 0 | 2 | 2 |
Total | 36 | 17 | 53 |
Em cada um dos casos, é fundamental identificar a origem dos problemas e averiguar responsabilidades, desempenhando a Agência Portuguesa do Ambiente e a Inspeção Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território um papel decisivo no caso de Portugal Continental.
Nenhuma das 81 praias classificadas pela associação como Praia ZERO Poluição (zonas balneares onde não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas ao longo das três últimas épocas balneares) – listagem esta publicada no final de maio deste ano, e disponível em https://zero.ong/noticias/record-de-81-praias-zero-poluicao-em-39-concelhos-mais-22-aguas-balneares-que-em-2024/ – foi abrangida por desaconselhamento ou interdição associada à ultrapassagem de parâmetros microbiológicos de acordo com todos os dados disponibilizados.
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