Início » IUC para automóveis anteriores a 2007: a ZERO considera introdução da componente de CO2 positiva, mas a receita do imposto não deve aumentar
Face ao anúncio do Governo de que irá proceder a uma revisão do Imposto Único de Circulação (IUC) nos automóveis e motociclos anteriores a 2007 (categorias A e E), presumivelmente como forma de compensar a redução das portagens nas antigas SCUT, a ZERO encoraja o governo a melhorar a medida, tendo em conta duas razões fundamentais.
Primeira, a ZERO considera um desperdício os anunciados 72 milhões de euros em descontos nas portagens de autoestradas que em muitos casos são paralelas a linhas ferroviárias com serviço de transporte de passageiros e carga. Este desconto é, na prática e no momento atual, um subsídio à rodovia e aos combustíveis fósseis, o que choca violentamente com as boas práticas em termos de políticas públicas ambientalmente responsáveis. Ao invés, deve-se investir na melhoria e reforço do serviço de transporte público de forma a fornecer alternativa viável e funcional a quem se desloca nesses percursos. Por isso, no entender da ZERO, o desconto anunciado não deve sequer materializar-se, logo não precisa de compensação.
Segunda, a ZERO não vê ligação plausível entre uma redução do valor cobrado em portagens e aumento do IUC por alargamento da tributação das emissões de dióxido de carbono (CO2) aos automóveis anteriores a 2007, nem como o primeiro pode justificar o segundo. Se o Governo quer tributar mais emissões por via do IUC, enquanto estratégia de conter essas emissões, não faz sentido que por via da redução dos custos das portagens as incentive.
No entanto, a ZERO considera legítimo e desejável que o critério emissões de CO2 em sede de IUC seja estendido aos automóveis anteriores a 2007, mas lembra que o aumento deste imposto nestes automóveis pode ser uma medida socialmente regressiva, pois aplica-se a automóveis mais antigos e de menor valor comercial cujos proprietários, por regra, apresentam rendimentos baixos.
Por isso, a ZERO sugere que a receita global de IUC conseguida com os veículos anteriores a 2007 não aumente. Em vez disso, propõe que a introdução da componente CO2 seja compensada por uma redução da componente cilindrada modelada de forma que o impacto final da alteração seja neutro em termos da receita total arrecadada pelo Estado. Recorde-se que, conforme a ZERO tem vindo a alertar, o critério da cilindrada do motor no IUC e no ISV está desatualizado por não refletir adequadamente os impactos ambientais dos diferentes veículos, e deve mesmo, nos exercícios futuros do Orçamento do Estado, ser substituído pelo critério peso. A ZERO pede mesmo, no âmbito de uma modernização ambiental do IUC e ISV, a introdução de uma cláusula no Orçamento do Estado para 2024 sobre a incorporação do peso nestes impostos a partir do Orçamento do Estado do ano seguinte.
A ZERO entende que o IUC deve refletir adequadamente os impactos ambientais, sociais e económicos dos diferentes veículos. Para os aferir de forma mais correta, a ZERO propõe um conjunto de princípios aplicáveis a todos os automóveis pelos quais uma desejável modernização ambiental do IUC se deve pautar:
A ZERO entende que o IUC aplicado a todos os automóveis, independentemente da idade, deve obedecer a estes princípios, pelo que sugere uma revisão geral do IUC à sua luz.
A transição energética no setor dos transportes deve ser socialmente justa e as medidas a adotar devem ser acompanhadas da previsão de redução de emissões prevista de modo a que todo o processo seja compreensível e aceitável.
Tendencialmente, as receitas dos impostos sobre os combustíveis rodoviários e os veículos motorizados deverão ser crescentemente consignados ao investimento num sistema de mobilidade terrestre que minimize o consumo de recursos naturais, que seja eletrificado, eficiente, eficaz e acessível a todos.
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