Início » O que fazemos » Pareceres » PARECER EIA DA CÉLULA “E” DO ATERRO DA ALGAR – BARLAVENTO
No seguimento do processo de consulta pública sobre o processo de licenciamento de uma nova célula no aterro da Algar – Barlavento, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável vem apresentar o seu parecer.
O projeto em causa prevê a instalação de uma nova célula no aterro sanitário da ALGAR no Barlavento, concelho de Portimão. Segundo o EIA, esta célula vai receber anualmente cerca de 150 mil toneladas de resíduos urbanos.
O EIA não indica qual a percentagem desses resíduos correspondente a resíduos indiferenciados colocados diretamente no aterro, nem a que corresponde a resíduos que sofreram tratamento prévio.
O EIA refere ainda que esta célula será dotada de um sistema de drenagem de biogás, o que faz concluir que uma parte significativa dos resíduos a depositar no aterro é composta por resíduos orgânicos não estabilizados.
Por outro lado, no seu Relatório Síntese, o EIA refere que “a previsão de deposição é estimada em 150 000 ton/ano nos próximos anos,” ou seja, o mesmo quantitativo que atualmente está a ser depositado no aterro do Barlavento.
Os dados expostos acima levam-nos a concluir que o projeto desta célula prevê a manutenção de uma continuada descarga no aterro de resíduos orgânicos não estabilizados, ou seja, que não sofreram tratamento, ao contrário do que a legislação obriga.
Com efeito, o Decreto-Lei n.º 102-D/2020, de 10 de dezembro, no seu Anexo II relativo ao REGIME JURÍDICO DA DEPOSIÇÃO DE RESÍDUOS EM ATERRO, estabelece que:
“Artigo 5.º
Resíduos admissíveis em aterros
1 – Só podem ser depositados em aterro os resíduos que preencham cumulativamente os seguintes requisitos:
3 – O tratamento referido na alínea a) do n.º 1 deve:
Esta legislação inclui também o Artigo 34.º sobre contraordenações que refere:
“1 – Constitui contraordenação ambiental muito grave, nos termos da Lei-Quadro das Contraordenações Ambientais, aprovada pela Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto, na sua redação atual, a prática dos seguintes atos:
Tendo em consideração o enquadramento legislativo exposto acima, a ZERO conclui que a construção desta nova célula de aterro, sem que seja garantido o cumprimento das obrigações legais, nomeadamente no que diz respeito à deposição em aterro de resíduos orgânicos que não foram estabilizados., torna este projeto ilegal e sujeito a contraordenação ambiental muito grave.
Face ao exposto, a ZERO considera que a CCDR Algarve não deveria ter colocado este EIA em consulta pública, uma vez que o projeto a que ele se refere num cumpre com os requisitos legislativos em vigor.
Neste contexto, o parecer da ZERO é de que o projeto, tal como está a ser apresentado, deve ser rejeitado.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |