Início » O que fazemos » Pareceres » QUEIMAR BIOMASSA FLORESTAL COMPROMETE O CLIMA, A SAÚDE E A NATUREZA
A União Europeia (UE) está a destruir as florestas sem qualquer ganho.
A queima de árvores para energia prejudica o clima, a biodiversidade e a qualidade do ar, custando milhares de milhões de euros, e ameaça a indústria da madeira que é responsável por produtos de valor acrescentado que permitem o sequestro de carbono a longo prazo. Os líderes da UE devem investir em fontes de energia que sejam verdadeiras renováveis como a solar e a eólica.
Em Portugal, a floresta de Pinheiro-bravo está em declínio acentuado, sobretudo associado aos incêndios, pelo que a quantidade de madeira de pinho retirada das florestas será superior à que pode ser extraída de forma sustentável, exigindo à indústria a importação de grandes quantidades, sobretudo de Espanha, para suprir a escassez de matéria-prima para as indústrias ligadas ao Pinheiro-bravo.
Apesar da indústria de produção de pellets e centrais de biomassa alegarem que apenas os resíduos florestais e industriais são usados como matéria-prima, existem evidências de que estão claramente dependentes de grandes volumes de rolaria ou seções do tronco de árvores, resultando numa pressão acrescida sobre a floresta.
Estima-se que em Portugal, em 2021, foram produzidas cerca de 815.000 toneladas de pellets de madeira, para as quais foram necessárias mais de 1,5 milhões de toneladas de madeira. Cerca de 510.000 toneladas foram exportadas, na sua maioria, para queimar nas centrais a carvão que foram, entretanto, convertidas e outras centrais de queima de biomassa para produção de eletricidade no Reino Unido, na Dinamarca e na Holanda.
Acresce que, existem em Portugal cerca de 21 centrais de biomassa dedicadas ou em regime de cogeração licenciadas, correspondendo a um total de 283 MW, que necessitam anualmente de cerca de 4 milhões de toneladas de alegada biomassa residual.
É fazer as contas!
Para inverter a perda da capacidade de sumidouro de carbono terrestre ou a maioria dos países não conseguirá atingir os objetivos climáticos de 2030 e “net zero” até 2050. Os decisores políticos devem acabar com os incentivos perversos que prejudicam as florestas. E porquê?
Uma árvore só pode ser cortada e queimada uma vez, mas o apoio a uma verdadeira energia limpa é um investimento a longo prazo e verdadeiramente sustentável que salva florestas, o clima, vidas humanas, e a economia.
A UE, no âmbito das negociações no Trílogo com vista à redação da revisão da Diretivas das Energias Renováveis, deve:
O Governo português tem uma palavra a dizer durante os Trílogos para proteger as nossas florestas!
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