Início » ZERO assinala pior qualidade da água nas praias em relação ao ano passado
20 praias já estiveram interditas e 45 praias já tiveram banho desaconselhado ou proibido esta época balnear.
A Associação ZERO efetuou uma avaliação dos resultados relativos à qualidade das águas balneares na presente época balnear disponibilizados para consulta no Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (http://snirh.apambiente.pt) e comparou com a situação verificada na época balnear passada de 2020 até à mesma data.
Existem atualmente 643 águas balneares, com um número muito limitado de praias a revelarem problemas mas de forma mais expressiva que na época balnear passada. O desaconselhamento ou proibição de banhos, mesmo que durante um curto período de tempo, afetou 45 praias, mais 20 que em igual período do ano passado. Nestas zonas balneares as análises ultrapassaram os limites fixados tecnicamente a nível nacional relativamente a pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais).
Para além do desaconselhamento/proibição de banhos associado a valores elevados das análises principais obrigatórias, o Delegado Regional de Saúde pode decidir a interdição de uma praia por estas ou outras razões de saúde pública. Até 15 de agosto foram interditadas 20 praias (ver lista no final), enquanto em igual período do ano passado tal tinha acontecido apenas em 15 praias. Destas 20 zonas balneares até agora interditas, oito interiores e doze costeiras, a ZERO identificou que uma das zonas balneares interiores apresentou um problema de contaminação microbiológica associada a valores excessivos de Escherichia coli e Enterococus intestinais e sete foram interditadas devido à presença de Salmonella. A Salmonella é um microrganismo patogénico. Ao estarem presentes no sistema digestivo de humanos e animais, estas bactérias são facilmente libertadas nas fezes, sendo as águas residuais urbanas ou as escorrências pluviais uma fonte de contaminação das águas superficiais. No caso das 12 praias costeiras interditadas, duas foram por motivos de obras de requalificação com impacte na qualidade da água, uma devido a um rebentamento de uma conduta de esgotos e todas as outras por ultrapassagem dos valores limites de pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais)
A ZERO considera que continuam a existir falhas na informação no sítio internet da Agência Portuguesa do Ambiente dado que não se esclarece devidamente os motivos de interdição das zonas balneares e nos procedimentos por parte dos Delegados Regionais de Saúde, existindo situações de contaminação semelhantes onde nuns casos a praia foi interditada até realização de novas análises e noutros não.
Comparando as épocas balneares de 2021 e 2020, em ambos os casos até 15 de agosto, as praias afetadas por desaconselhamento ou proibição aumentaram de 25 para 45, isto é, um aumento de cerca de 3% relativamente ao total de zonas balneares (de 4,0% para 7,0%). No mesmo sentido, verificou-se um aumento de 15 para 20 das águas balneares interditadas pelos Delegados Regionais de Saúde, representando 3,1% do total das zonas balneares, sempre devido a problemas de qualidade da água.
É sempre importante investigar e acima de tudo prevenir contaminação
Da análise dos dados efetuada pela ZERO, é importante refletir sobre vários aspetos:
Em cada um dos casos é fundamental identificar a origem dos problemas e averiguar responsabilidades, desempenhando a Agência Portuguesa do Ambiente e a Inspeção Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território um papel decisivo.
Apenas uma das praias ZERO poluição apresentou problemas significativos
Entre as 53 praias classificadas pela associação como praia ZERO (zonas balneares onde não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas ao longo das três últimas épocas balneares), listagem esta publicada no início de junho deste ano, e disponível em https://zero.ong/53-praias-zero-poluicao-em-30-concelhos-uma-reducao-de-22-em-relacao-a-2020-e-sem-nenhuma-agua-balnear-interior/) foi abrangida por interdição ou pelo desaconselhamento ou proibição a banhos, exceto a praia da Baleia ou Sul no concelho de Mafra.
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