Início » O que fazemos » Comunicados de imprensa » ZERO faz recomendações aos municípios para garantir o cumprimento das metas de reutilização e reciclagem para 2030
Portugal foi recentemente identificado como um dos Estados-Membros em risco de incumprimento das metas de preparação para a reutilização e de reciclagem de resíduos até 2025, previstas na Diretiva Quadro dos Resíduos e Diretiva Embalagens e Resíduos de Embalagens.
Neste contexto e tendo em consideração que com a publicação do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos para 2030 (PERSU 2030), os Municípios portugueses ficaram obrigados a elaborar até ao final deste ano os seus Planos de Ação para aplicação à escala local das metas nacionais, a ZERO elaborou um conjunto de recomendações de apoio à sua elaboração, tendo por base as estratégias com provas dadas em termos de resultados na promoção da redução, reutilização e reciclagem.
O documento que a ZERO enviou aos Municípios portugueses aborda a importância de se efetuar um diagnóstico da situação de partida, adaptar os regulamentos municipais, alterar os tarifários para que beneficiem os cumpridores e penalizam quem não participa, enfoque no tratamento dos biorresíduos na origem para que esta solução seja encarada como prioritária, devido ao seu baixo, a adoção de modelos de recolha de elevada eficiência (recolha porta-a-porta e/ou contentorização com acesso condicionado para os resíduos e para os biorresíduos), bem como uma aposta decisiva na prevenção e reutilização.
A ZERO identificou alguns princípios chave para o sucesso da implementação destes planos, por forma a garantir o cumprimento das orientações do PERSU 2030 que visam o cumprimento das metas europeias:
A ZERO identificou alguns princípios chave para o sucesso da implementação destes planos, sendo que o ponto de partida é mesmo uma boa caracterização da situação de referência, de forma a fornecer a técnicos e decisores políticos um diagnóstico adequado de base, a partir do qual se podem definir as estratégias e medidas necessárias para avançar rumo ao cumprimento das metas comunitárias, promovendo, ao mesmo tempo, uma economia circular.
As principais medidas propostas são:
1. Adaptação do regulamento municipal
No seguimento do estipulado no n.º 1 do artigo 46.º do Decreto-Lei n.º 102-D/2020, de 10 de Dezembro (Regime Geral de Gestão de Resíduos) é importante integrar no regulamento municipal a obrigatoriedade da separação na origem e adequada deposição dos resíduos nos recipientes disponibilizados pelo Município, bem como as contraordenações específicas por incumprimento.
2. Caracterização física dos resíduos por município
É fundamental que técnicos e decisores políticos conheçam anualmente a caracterização física dos resíduos indiferenciados, identificando com rigor os resíduos de embalagens, não só porque esta análise pode ajudar a monitorizar que frações são suscetíveis de contribuírem positivamente para a contabilização das metas comunitárias (biorresíduos, plásticos/metais, papel/cartão, vidro, compósitos, têxteis, madeira, etc.), mas também porque esta ferramenta ajuda a intervir ao nível da prevenção.
3. Alteração do tarifário
Revisitar e alterar o tarifário de resíduos urbanos pode igualmente ser decisivo. Este tem de ser simples de compreender e beneficiar os cumpridores (exemplo, tarifa majorada para quem participar na recolha de biorresíduos ou na compostagem doméstica/comunitária). Já no que concerne aos utilizadores não domésticos, preconiza-se a criação de um tarifário específico.
4. Tratamento na origem dos biorresíduos (compostagem doméstica e comunitária)
O tratamento na origem dos biorresíduos é uma solução complementar à recolha, de baixo custo, com reduzida dificuldade técnica e com impacte ao nível da redução do transporte de resíduos com as respetivas implicações em termos de poupanças económicas e ambientais (redução dos custos de recolha e transporte, aumento da qualidade dos recicláveis recolhidos). Contudo é fundamental um bom planeamento e execução, com um acompanhamento próximo.
A compostagem comunitária deverá ser priorizada para zonas de elevada densidade populacional, garantindo que são disponibilizados recursos humanos especializados, formados para o efeito, para gerir estes equipamentos mantendo assim elevados níveis de adesão da população. Todavia, a compostagem doméstica, aconselhada principalmente para zonas rurais, periurbanas ou até para moradias com jardim mesmo em zonas com maior densidade populacional, também é uma ferramenta que pode produzir bons resultados, reduzindo custos nos circuitos de recolha e no posterior tratamento dos biorresíduos.
5. Modelos de recolha
No que respeita aos modelos de recolha a recomendação vai para a adoção de dois modelos de recolha que são os únicos que garantem maior eficiência e maiores taxas de captura de recicláveis: a recolha porta-a-porta e um sistema de recolha na via pública com controle de acesso aos contentores do indiferenciado e dos biorresíduos. Ainda assim, são possíveis combinações de ambos, desde que o sistema adotado produza resultados monitorizáveis. Ambos os sistemas poderão ser concebidos com recurso a tecnologias digitais já testadas e disponíveis no mercado.
6. Outros fluxos
O Município pode ainda adotar estratégias de recolha de alguns fluxos especiais, nomeadamente têxteis, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, mobiliário, óleos alimentares usados ou mesmo têxteis sanitários, sendo que deve existir um calendário de recolha mensal (identificar a melhor forma de contentorização ou recolha, devendo a recolha ser assegurada por operadores de gestão de resíduos, mediante contrato, devendo as quantidades ser reportadas), ou prever a recolha a pedido.
7. Aposta na prevenção
A prevenção da produção de resíduos urbanos, através da redução e reutilização, deve ser um objetivo central da política de gestão de resíduos dos Municípios. Neste contexto, é importante identificar quais as medidas que ao nível do município ou do sistema de gestão de resíduos já estão a ser implementadas. É também importante ter presente que para que a redução e reutilização sejam atrativas para empresas e munícipes, as soluções implementadas devem ser simples, práticas e apoiadas através de incentivos. No documento a ZERO propõe dez medidas chave nesta área.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |