Início » ZERO propõe medidas ambiciosas para um Orçamento do Estado 2026 que promova a sustentabilidade ambiental, social e económica
A ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável apresenta um conjunto de propostas estratégicas para o Orçamento do Estado de 2026, reforçando que as finanças públicas devem ser o motor da sustentabilidade ambiental, social e económica, garantindo justiça intergeracional e climática.
As medidas, já partilhadas esta semana com os diferentes grupos parlamentares, Ministra do Ambiente e Ministro da Economia, enquadram-se em sete grandes áreas, nomeadamente: recursos e resíduos, recursos hídricos, florestas, mobilidade, energia, edifícios e indústria.
De seguida, apresentamos as medidas-chave em cada uma das áreas estratégicas identificadas. Para um conhecimento mais aprofundado das diferentes propostas apresentadas aconselhamos a consulta do documento disponível neste link.
Entre as principais medidas propostas destacam-se:
Atualmente, a contribuição europeia sobre plásticos não reciclados tem sido paga pelo Orçamento do Estado (cerca de 200 milhões de euros por ano), sem gerar qualquer incentivo para reduzir o uso de plástico. A ZERO propõe aplicar esta taxa diretamente às embalagens de plástico colocadas no mercado português, garantindo que os produtores e distribuidores internalizam o custo ambiental, incentivando o design circular e a redução de resíduos, além de libertar verbas públicas para investimentos em sustentabilidade.
Portugal ainda deposita ou incinera mais de 70% dos resíduos urbanos, muito longe das metas europeias de reciclagem. A ZERO propõe um aumento anual de 10€ nesta taxa até 2030, tornando financeiramente menos atrativo enviar resíduos para aterro ou incineração, promovendo soluções circulares, recolha seletiva eficaz e redução global de resíduos.
A recauchutagem de pneus prolonga a vida útil dos materiais, reduz importações e resíduos, mas enfrenta concorrência desleal de pneus novos de baixa qualidade e baixo custo. O biocarvão, por sua vez, contribui para o sequestro de carbono e melhoria dos solos agrícolas. A redução do IVA para 6% em ambos os produtos tornará estas opções ambientalmente benéficas mais acessíveis e competitivas no mercado.
Recursos Hídricos
Atualmente, o setor agrícola consome mais de 70% da água mas paga apenas cerca de 5% da taxa de recursos hídricos, enquanto os consumidores domésticos pagam desproporcionalmente mais. A proposta da ZERO é reequilibrar este esforço financeiro, aplicando o princípio do utilizador-pagador, incentivando o uso eficiente da água e financiando a gestão sustentável dos recursos hídricos.
O regulamento português para eficiência hídrica nos edifícios data de 1995 e está totalmente desatualizado. A ZERO propõe a sua revisão imediata, integrando tecnologias modernas como torneiras economizadoras, autoclismos de baixo fluxo e sistemas de reaproveitamento de águas pluviais e cinzentas, reduzindo desperdícios e melhorando a resiliência hídrica urbana.
As políticas de regadio têm beneficiado sobretudo grandes explorações agrícolas, muitas vezes orientadas para monoculturas de exportação, sem reverter a desertificação demográfica nem garantir segurança hídrica. A ZERO propõe suspender novas expansões e reavaliar os investimentos, reorientando-os para soluções baseadas na natureza e apoio a agricultura sustentável de pequena escala.
Criada em 2020, esta contribuição visa apoiar espécies florestais de crescimento lento, mas está por implementar devido à falta de portarias regulamentares. A ZERO propõe que o OE2026 defina prazos claros para a sua execução, gerando receitas para conservação e reflorestação nacional.
O novo regulamento europeu exige rastreabilidade de cadeias de abastecimento livres de desflorestação. A ZERO propõe alocar recursos à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas para garantir a fiscalização e aplicação eficaz deste regulamento, combatendo o contributo português para a desflorestação global.
A ZERO propõe um passe nacional que integre ferrovia e transportes metropolitanos por 45€/mês, promovendo intermodalidade, justiça social e redução expressiva da utilização do automóvel individual.
Atualmente, as portagens não refletem o impacto real dos veículos na infraestrutura e no ambiente. A proposta introduz a variável do peso como critério, penalizando veículos mais pesados que causam maior desgaste das estradas e têm maior pegada ecológica.
O IVA reduzido aplicado atualmente aos voos domésticos é incoerente com os objetivos climáticos. A proposta elimina esta anomalia fiscal, tornando os preços mais alinhados com o seu impacto ambiental e incentivando alternativas ferroviárias.
Destinar parte significativa destas receitas à eletrificação de táxis, TVDE, autocarros e veículos comerciais maximiza a redução de emissões, pois estes veículos têm maiores taxas de utilização e impacto nas emissões globais.
Desde 2022, a taxa de carbono sobre combustíveis está parcialmente congelada, reduzindo o sinal económico para a descarbonização. A proposta visa eliminar este congelamento, reforçando a competitividade do transporte público e dos veículos elétricos.
O sistema elétrico precisa de capacidade de armazenamento para integrar energias renováveis intermitentes. A proposta visa financiar pelo menos 200 MW até 2030, incluindo soluções junto a hubs de carregamento de veículos elétricos.
O gás natural beneficia atualmente de taxas reduzidas, desincentivando a transição energética. Esta medida corrige a distorção fiscal e incentiva alternativas mais limpas.
Para acelerar a eletrificação dos edifícios e eliminar caldeiras a gás, a proposta direciona parte das receitas dos combustíveis fósseis para financiar tecnologias limpas nos edifícios, reduzindo emissões no setor residencial.
Com a subida do IVA prevista para 2025 nestes equipamentos, a ZERO propõe manter a taxa reduzida, facilitando o acesso das famílias e empresas a soluções de descarbonização e eficiência.
Limitar a isenção de ISP a gases renováveis produzidos num raio de 50 km de grandes instalações industriais garante a descarbonização local, promovendo segurança energética e redução de emissões onde é mais necessário.
Esta proposta cria um sinal económico para abandonar combustíveis fósseis e usa as receitas para financiar a eletrificação industrial e produção local de gases renováveis, promovendo a competitividade sustentável da economia portuguesa
Estas medidas refletem a visão da ZERO para um OE2026 alinhado com os compromissos climáticos e de transição justa, assegurando sustentabilidade ambiental, justiça fiscal e investimento no futuro coletivo do país.
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