Início » ZERO quer mais ambição de curto prazo na Lei Climática da UE hoje apresentada
Proposta é mais na linha “homem preso no trânsito” do que “homem na lua” como prometido no Pacto Ecológico Europeu.
Para a ZERO, a proposta hoje apresentada pela Comissão Europeia para lidar com a emergência climática não espelha o conteúdo do Pacto Ecológico Europeu. Sem metas mais ambiciosas e medidas concretas no curto prazo, a Europa está arrisca-se a não alcançar a neutralidade climática até 2050, tal como presente na própria proposta de lei. Em nosso entender, a União Europeia perdeu uma oportunidade de aumentar os seus esforços de neutralidade climática. O regulamento proposto estabelece uma meta vinculativa da União Europeia para atingir zero emissões líquidas de carbono até 2050, meta esta agora consagrada na política climática europeia. Porém, a proposta não enfatiza a necessidade de metas mais ambiciosas para 2030 em matéria de redução de emissões, energia renovável e eficiência energética.
A Presidente da Comissão da União Europeia, Ursula von der Leyen, aquando da apresentação do Pacto Ecológico Europeu em dezembro, mencionou o acordo como o “momento do homem na lua” da Europa. Porém, a lei climática hoje apresentada é uma séria oportunidade perdida. De acordo com os dados mais recentes do Eurobarómetro, a ação climática conta com um apoio incrivelmente forte entre a população, com 92% dos cidadãos da UE a querer que os seus governos estabeleçam metas mais ambiciosas. Ao adiar as ações para aumentar as metas climáticas da UE para 2030 e definir medidas políticas concretas, o “momento do homem na lua” da Europa parece-se muito mais com o “homem preso no trânsito”. É essencial que o Parlamento Europeu e os Estados-Membros tenham maior ambição nesta lei.
Apesar da ZERO acolher com satisfação a inclusão da meta de neutralidade climática para 2050 e a promessa de consultar as organizações não-governamentais de ambiente ao rever políticas e metas, a análise efetuada conclui que a Lei do Clima é muito pouco, tarde demais. O regulamento corre o risco de abrandar o impulso político criado pelas instituições da UE após a publicação do Pacto Ecológico Verde e das eleições da UE no ano passado.
Há uma lacuna significativa entre as declarações políticas nos considerandos da Lei, que listam todas as evidências e os compromissos assumidos pelas instituições da UE, e o conteúdo da própria proposta, que fica aquém desses argumentos preliminares.
Para prosseguir os esforços para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5 graus Celsius, conforme presente no Acordo de Paris, as emissões globais devem ser reduzidas a metade na próxima década. Isso significa reduzir as emissões globais em cerca de 8% a cada ano, a partir de hoje.
Se aceitarmos a ciência por trás desses cálculos, a UE deveria ter estabelecido uma meta de redução de emissões de 65% até 2030, em vez de prometer “explorar opções” e “considerar a possibilidade de tomar as medidas necessárias”. A proposta menciona uma meta entre 50 e 55%, a apresentar num plano em setembro deste ano, demasiado próximo da Conferência anual das Nações Unidas em Glasgow no início de novembro, onde é suposto os países assumirem compromissos mais ambiciosos, cinco anos após a assinatura do Acordo de Paris.
ZERO quer metas setoriais
A Lei do Clima não estabelece metas específicas de redução de emissões e neutralidade climática para cada setor da economia europeia. O texto menciona apenas que a neutralidade climática “deve exigir uma contribuição de todos os setores económicos”. Da agricultura ao transporte e à indústria, a economia da Europa precisa de metas setoriais para a neutralidade climática, refletindo o impacto climático de cada setor individualmente. Neste contexto, a Lei do Clima corre o risco de levar a compromissos fracos e à transferência de ónus entre os setores, facto que não está de acordo com a visão delineada no Pacto Ecológico Europeu no qual a Comissão Europeia promete estabelecer medidas explícitas destinadas a descarbonizar os setores mais poluentes, incluindo a indústria e a agricultura.
Todo o transporte deve ser descarbonizado
A exigência de que todos os países da União Europeia sejam neutros em termos de clima até 2050 implica que todos os transportes precisarão de ser totalmente descarbonizados. Para a aviação onde o atraso é significativo, a descarbonização começa com impostos sobre os combustíveis. A ausência de progresso climático no setor de transporte marítimo deve ser tratada com a inclusão das suas emissões no sistema de comércio europeu de licenças de emissão (CELE), algo que a Comissão já prometeu fazer.
De automóveis a veículos pesados, precisamos de uma mudança rápida para veículos elétricos, movidos a eletricidade renovável. Mas também precisaremos de soluções de emissão zero para aviação e para o transporte marítimo, onde a rápida implementação do uso de hidrogénio, amónia e combustíveis sintéticos é essencial.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |