Início » Produção de leguminosas em Portugal satisfaz apenas 18% das necessidades
Hoje, Dia Mundial da Alimentação: ZERO alerta para sistema alimentar nacional que está estruturalmente dependente de importações e desalinhado de uma alimentação saudável
A cadeia alimentar portuguesa é atualmente marcada por dificuldades estruturais e pela dependência de importações de alimentos, destacando desde logo o déficit na produção de vários alimentos essenciais, como é o caso das leguminosas. Para a ZERO, a conceção de uma estratégia nacional para as leguminosas poderá criar o precedente necessário para a transição ecológica justa do sistema alimentar, direcionando os apoios da Política Agrícola Comum de Portugal para esse fim.
Uma cadeia alimentar dependente e desordenada
Os índices de autoaprovisionamento nacionais continuam embaraçosamente baixos para alguns dos bens alimentares estratégicos, como é o caso das leguminosas secas (18%) ou mesmo dos cereais (20%), ainda que para estes últimos o país apresente limitações ao nível da disponibilidade de áreas adequadas ao cultivo. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), não só a área de terra arável tem vindo a contrair (uma diminuição de 19% em 20 anos), como em 2019 a maior parte da produção de cereais (61,9%) foi destinada para a alimentação animal.
Por outro lado, os solos agrícolas privilegiados estão ocupados sobretudo por culturas permanentes em regime de monocultura, resultando num ordenamento irracional das culturas e num desaproveitamento do potencial produtivo dos solos.
Relação win-win: uma estratégia nacional para as leguminosas e uma alimentação equilibrada
A Balança Alimentar Portuguesa apresenta um défice de 8,8% no consumo de vegetais, enquanto os consumos de carne e de peixe se encontram 11,5% acima do valor recomendado (INE 2016). Para a ZERO, só uma estratégia alimentar que procure o aumento do consumo de proteínas de origem vegetal e a incorporação de leguminosas nos sistemas agrícolas poderá ajudar a equilibrar as nossas dietas, valorizando produtos cultural e ecologicamente adequados.
Por outro lado, a produção de leguminosas secas já foi capaz de assegurar o nosso autoaprovisionamento no distante ano de 1986 – uma produção 7 vezes superior à obtida em 2020 (INE). Desta forma, deverá ser aproveitada a oportunidade da produção e transformação nacionais poderem vir substituir as mais de 1,3 milhões de toneladas de soja importada anualmente.
Quais as vantagens do cultivo de leguminosas?
As leguminosas são um dos grupos alimentares da Dieta Mediterrânica, cuja promoção faz parte dos eixos de ação de várias estratégias e planos nacionais, no entanto continua em falta uma estratégia para a capacitação produtiva e comercial num quadro de uma transição ecológica justa do sistema agroalimentar.
Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum de Portugal (PAC) deve prever apoio específico à produção de leguminosas
Para a ZERO, os apoios oriundos da PAC 2023-27 poderão, numa primeira fase:
Desta forma, a execução de uma estratégia nacional para as leguminosas é uma oportunidade de pôr em prática uma política pública orientada para a transição agroeocológica[ii] dos sistemas alimentares, em linha com a estratégia europeia Do Prado ao Prato e a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para Portugal, recentemente publicada.
[i] “Aqueles elementos da biodiversidade, na escala das parcelas agrícolas ou paisagens, que geram serviços de apoio à produção agrícola sustentável e que também geram benefícios para o ambiente e sociedade nas escalas local e global” – European Learning Network on Functional AgroBiodiversity
[ii] “Ciência que se baseia nas ciências sociais, biológicas e agrícolas e integra-as ao conhecimento tradicional e ao conhecimento do agricultor” – FAO: http://www.fao.org/agroecology/home/en/
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