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Status atual: atualmente, cerca de um quarto da produtividade primária bruta do planeta Terra está dominada pelo homem e as suas atividades, sendo que somente 5% da superfície terrestre, excluindo a Antárctida, não é atualmente afectada pelas atividades humanas. Com o crescimento da população humana e a apropriação de recursos, para além de limites sustentáveis, a quantidade de energia e de espaço disponível para as outras espécies será reduzida, inevitavelmente.
Foto: Paulo Lucas
Quais as principais ameaças à biodiversidade? Estima-se que mais de 1 milhão de espécies de animais e plantas estejam ameaçadas, efeito esse potenciado pelos danos irreversíveis nos ecossistemas, pelos impactos das invasões biológicas sobre as espécies nativas e pelas alterações climáticas em curso. Por outro lado, também o bem-estar humano e o seu acesso a materiais básicos de vida pode estar comprometido, dado que a integridade da biosfera já começa a sofrer graves repercussões ao nível da redução do fluxo de serviços de ecossistema – os benefícios que o Homem obtém dos ecossistemas para a sua sobrevivência.
O que podemos fazer para evitar a perda de biodiversidade? Através da adoção de um modelo económico que tenha em conta os limites planetários, bem como o reforço de investimentos no incremento da oferta de serviços de ecossistema pela regeneração de infraestruturas ecológicas e valorização da biodiversidade.
Foto: Paulo Lucas
Status atual: como um dos maiores prestadores para o Homem, as florestas asseguram um papel fundamental na concessão dos mais diversos serviços de ecossistema a que recorremos numa base diária, onde se incluem: a produção de oxigénio, alimentos, madeira, lenha, pasto; o armazenamento de dióxido de carbono; a retenção e formação do solo; a regulação do clima, do ciclo da água e do ciclo de nutrientes; o fornecimento de água; o refúgio de biodiversidade; a prevenção de fenómenos catastróficos; a eliminação/reciclagem de resíduos; a informação estética, artística, cultural, espiritual e histórica; a recreação; a educação e ciência.
Quais as principais ameaças às florestas? No contexto nacional, as principais ameaças ao património florestal e à biodiversidade prendem-se, sobretudo, com o fogo, a desflorestação (corte raso) para produção de eletricidade ou produção de pellets para energia, o sobrepastoreio, as pressões para incrementar ainda mais a área de eucalipto, a propagação incontrolável de espécies exóticas invasoras como são exemplo as acácias, a elevada fragmentação da propriedade associada que potencia a ausência de gestão florestal em grande parte das áreas privadas, os agentes bióticos (p. ex. o nemátodo-da-madeira-do-pinheiro que contribuiu para a redução acentuada da área de pinheiro-bravo) e, por fim, as más práticas adotadas na preparação do terreno para arborização e rearborização.
Por outro lado, num contexto internacional, a expansão das áreas de produção agrícola de matérias-primas, mercadorias ou também das chamadas commodities – como o gado bovino, a madeira, a borracha, o óleo de palma, a soja, o cacau e o café – é o principal motor da desflorestação e a degradação florestal, contribuindo para a destruição de florestas tropicais e outros ecossistemas ricos em carbono e em biodiversidade, como as turfeiras ou o Cerrado.
Foto: Paulo Magalhães
Status atual: A conversão dos sistemas agrícolas em sistemas agroindustriais, que se desenrolou durante a “Revolução Verde” veio a justificar-se pela imperativa necessidade de produção de alimentos perante a franca expansão demográfica global, ao que acresce uma “ocidentalização das dietas”, na mudança de dietas vegetarianas para dietas com mais consumo de carne, com uma maior pegada sobre o planeta. Ao mesmo tempo, o número de agricultores e agricultoras diminuiu drasticamente, enquanto que o setor agrícola se tem integrado na lógica de produção de mercadorias globais. O sistema alimentar global é responsável por cerca de ⅓ das emissões de gases de efeito de estufa e mais de 80% da desflorestação global é devida à expansão da fronteira agrícola. O corrente modelo de intensificação agrícola é uma das principais pressões sobre os recursos hídricos e sobre a biodiversidade.
Qual o impacto sobre a agricultura em Portugal?
As políticas públicas têm moldado as transformações na agricultura, através de vários pacotes de incentivos diretos e indiretos, onde se destaca a Política Agrícola Comum (PAC), que aloca cerca de 30% do orçamento total da União Europeia. Em Portugal, marcado por grande diversidade de sistemas agrícolas, a política pública nas últimas duas décadas tem incidido no apoio ao agronegócio e à grande propriedade rural, de forma mais marcante através de mega-investimentos públicos em regadios coletivos, do custo baixo da água e de uma forte subsidiação. A intensificação pecuária e a transformação do uso e ocupação do solo em áreas contínuas contrasta com o abandono de vastas extensões do território. Também a “modernidade” da nova iteração de agricultura de regadio contrasta com o acentuar de incompatibilidades com os valores naturais e direitos sócio-laborais, para além de incrementar a escassez hídrica em territórios mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas.
Foto: Paulo Lucas
Como inverter esta tendência na agricultura?
Urge fazer uma transição ecológica justa dos sistemas alimentares, a começar por incentivos à investigação sobre agroecologia, com vista à constituição e consolidação de um modelo produtivo alternativo agroecológico em Portugal. A aproximação da produção e consumo, e a adesão a dietas saudáveis - que são também mais sustentáveis - devem estar no centro da política agrícola. Deverá ser priorizado o investimento público na investigação agronómica e extensão rural, na sensibilização dos cidadãos, bem como na penalização fiscal associada ao comércio dos fatores de produção ligados à pecuária intensiva e dos que geram efeitos nocivos à saúde pública e aos ecossistemas, caminhando no sentido de internalizar os custos socioambientais e valorizar os serviços dos ecossistemas não remunerados pelos mercados.
A ZERO posiciona-se como um ator da sociedade civil que contribui ativamente para a reflexão sobre estes temas e para influenciar as políticas públicas de forma decisiva, agindo a seis níveis:
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