Sociedades sustentáveis e novas formas de Economia
Em setembro de 2015, as Nações Unidas aprovaram uma Agenda para o Desenvolvimento Sustentável, cujo período de implementação decorre até 2030. Esta agenda, que integra 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, procura dar resposta aos principais desafios que a Humanidade enfrenta no século XXI, assumindo que todos os países terão de agir para que seja possível transformar o atual modelo de produção e consumo e torná-lo sustentável.
A transformação sistémica que é necessária para tornar esta agenda uma realidade não pode ser incremental. Não basta fazer um bocadinho mais ou um bocadinho melhor. É preciso abrir espaço para a discussão de modelos de desenvolvimento alternativos, onde o respeito pelos limites planetários é o ponto de partida para construir sociedades mais justas e inclusivas, assentes num claro realinhamento das políticas públicas rumo a uma Economia e a uma Sociedade do Bem-Estar.
E são muitos os dados que nos demonstram a urgência desta mudança.
- Aqueles que compõem o 1% dos mais ricos do planeta concentram quase dois terços da riqueza criada desde 2020, quase o dobro dos restantes 99% da população mundial.
- Um imposto de 5% sobre os multi-milionários e bilionários permitiria angariar 1,7 biliões de dólares por ano, o suficiente para retirar 2 mil milhões de pessoas da pobreza.
- Se todos os seres humanos consumissem recursos como um português médio, seriam necessários 3 planetas.
- Portugal tem reiteradamente desrespeitado as metas de prevenção da produção de resíduos urbanos, sendo que em 2020 cada português produziu 513 kg/ano, acima da média comunitária.
- Portugal tem uma taxa de circularidade de materiais de apenas 2,2%, muito abaixo da média comunitária (que é também ela muito baixa – 12,8%).
- Comunicando e demonstrando, com exemplos práticos, como a Economia do Bem-Estar pode conduzir à construção de um mundo mais justo, solidário e ambientalmente são e, logo, mais sustentável.
- Acompanhando de forma crítica e ativa a implementação de políticas, medidas e decisões – nacionais, europeias e internacionais – e avaliando a sua adequação à nova agenda, intervindo regularmente com o intuito de influenciar a sua estruturação e resultados finais.
- Promovendo projetos em diferentes áreas que sejam exemplos claros das mais valias resultantes da plena integração entre ambiente, sociedade e economia.
- Colaborando no debate crítico sobre o atual modelo de desenvolvimento e promovendo novas abordagens assentes num modelo jurídico global capaz de representar a unidade interdependente do Sistema Terrestre e na promoção da perspetiva da Economia do Bem-Estar como guia para as políticas implementadas a nível nacional.