Início » ZERO quer o fim de publicidade e patrocínios que promovam combustíveis fósseis
Greenpeace, ZERO e outras organizações juntam-se em petição à escala europeia que quer angariar mais de um milhão de assinaturas
A ZERO, a Greenpeace e mais de vinte organizações na área do ambiente lançam hoje a primeira campanha à escala europeia a apelar à proibição na União Europeia (UE) da publicidade a combustíveis fósseis e de patrocínios por parte de empresas ligadas a eles. A proposta prevê ainda a proibição de publicidade a veículos que se movam a combustíveis fósseis e a viagens de avião ou ferry que utilizem combustíveis fósseis.
Trata-se da campanha Proibição da publicidade e patrocínios envolvendo combustíveis fósseis no âmbito da Iniciativa de Cidadania Europeia, lançada a menos de um mês da COP 26, a Conferência do Clima das Nações Unidas que vai decorrer em Glasgow e que será fulcral na definição do futuro climático, ambiental e societal do planeta.
A Iniciativa de Cidadania Europeia é uma petição à escala da UE que possibilita que um milhão de cidadãos de pelo menos um quarto dos Estados-Membros solicitem à Comissão Europeia a apreciação do seu pedido. Se a petição alcançar este número de assinaturas no espaço de um ano, neste caso até outubro de 2022, a Comissão fica obrigada por lei a dar resposta e poderá transpor as exigências para a legislação europeia.
Publicidade a combustíveis fósseis e produtos e atividades relacionadas encoraja e legitima o aumento de emissões e por isso deve ser proibida
O mundo enfrenta hoje uma crise climática que está a levar a uma crise global dos direitos humanos de proporções sem precedentes. Na sequência do último relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, considera que a humanidade está em “código vermelho”. Muitas comunidades, especialmente em África, na Ásia e na América Latina, mas também na Europa, já enfrentam consequências terríveis de secas mais frequentes e intensas, inundações, ciclones e aumento do nível do mar.
Mas esta crise poderia ter sido prevenida, mais não fosse porque as empresas petrolíferas sabem desde 1957 que a queima destes combustíveis faz aumentar os níveis de dióxido de carbono (CO2) e a temperatura média global. Contudo, empresas como a Total e a Shell, que estão entre as 20 empresas de combustíveis fósseis mais poluidoras do mundo, continuam a promover os seus negócios por meio de anúncios e patrocínios. Por outro lado, outras empresas como as construtoras de automóveis e as companhias aéreas e marítimas, usam publicidade e patrocínios como uma cortina de fumo para desviar a atenção de atividades destruidoras do clima.
A ZERO e as suas congéneres europeias envolvidas nesta campanha consideram que esta situação tem de acabar, pois esta publicidade encoraja o aumento de emissões. Além disso, esta publicidade faz aumentar a poluição do ar, responsável por cerca de 400.000 mortos todos os anos na UE, e é enganosa porque frequentemente faz passar para o público a ideia de que as atividades destas empresas são sustentáveis, quando verdadeiramente estão muito longe disso, promovendo assim branqueamento verde (greenwashing).
A Greenpeace, uma das organizações envolvidas, bem como a ZERO consideram que proibir a publicidade a combustíveis fósseis é portanto uma resposta necessária para mitigar os impactos negativos que a queima de combustíveis causa na natureza, no clima e na saúde. Os estudos mostram que as empresas de combustíveis fósseis, num esforço concertado de retardar a ação climática, enganam o público consistentemente. As organizações envolvidas entendem que esta proibição apressará a substituição gradual da indústria poluidora por uma baseada em energias renováveis.
Campanhas fósseis são sistematicamente enganadoras
A Greenpeace acabou de publicar o relatório Palavras ou Ações: A verdade por trás do marketing dos combustíveis fósseis, que consiste numa análise feita pela DeSmog às campanhas publicitárias relacionadas com a indústria fóssil. A investigação debruçou-se sobre mais de 3.000 anúncios publicados no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube desde o lançamento do Pacto Ecológico Europeu, em dezembro de 2019, até abril de 2021. Foram analisadas seis grandes empresas do sector, Shell, Total, Preem, Eni, Repsol e Fortrum.
O relatório concluiu que 63% das campanhas destas empresas eram greenwashing, enganadoras para o consumidor por não refletirem o verdadeiro impacto dos negócios destas empresas, e por promoverem falsas soluções, tais como o gás fóssil como uma energia limpa. No caso das três piores empresas neste âmbito – a Shell, a Preem e a Fortrum –, 81% das campanhas publicitárias foram classificadas como greenwashing.
Chegou a hora de os cidadãos por toda a Europa se erguerem e exercerem os seus direitos para que a era do petróleo, do carvão e do gás natural acabe o mais rapidamente possível. A ZERO apela a todos os seus associados e cidadãos a juntarem-se a esta iniciativa, assinando esta importante petição em https://www.banfossilfuelads.org.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |